O ex-presidente Jair Bolsonaro, alvo de uma operação da Polícia Federal (PF) na manhã desta quarta-feira (3) que investiga fraude em dados do Ministério da Saúde para forjar cartões de vacinação contra a covid-19, negou que tenha adulterado seu registro de imunização. A jornalistas, na saída da casa dele, em Brasília, ele reiterou que não foi vacinado:
— Não existe adulteração da minha parte. Não tomei a vacina, ponto final. Nunca neguei isso.
Questionado sobre a suspeita de que teria feito o documento falso para conseguir entrar nos Estados Unidos, onde ficou por três meses a partir do fim de dezembro de 2022, Bolsonaro afirmou:
— Nunca me foi pedido cartão de vacina em lugar nenhum. Sempre disse que não tomei.
Além do próprio cartão do então presidente, a investigação apura se o cartão de vacinação de Laura, filha de Bolsonaro, de 12 anos, foi adulterado.
— Minha filha Laura não tomou vacina — confirmou o ex-presidente, argumentando que decidiu por não se imunizar ao ler a bula da vacina da Pfizer.
Sobre as buscas realizadas na casa dele, Jair Bolsonaro se disse surpreso:
— Fico surpreso com a busca e apreensão. Todo o mundo é igual, é cidadão, mas fazer uma busca e apreensão na casa de um ex-presidente para criar um fato, eu fico...
— Hoje em dia no Brasil tudo é possível — acrescentou.
A Operação Venire, da PF, cumpriu seis mandados de prisão preventiva e 16 de busca e apreensão, em Brasília e no Rio de Janeiro. Entre os presos estão o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro tenente-coronel Mauro Cid Barbosa, e dois homens que atuaram na segurança do ex-presidente, o policial militar Max Guilherme e o militar do Exército Sérgio Cordeiro.
Ouça a fala de Bolsonaro: