Com 464 votos, o deputado federal Arthur Lira (PP-AL) foi reeleito presidente da Câmara dos Deputados. A votação ocorreu no início da noite desta quarta-feira (1º) no plenário da Casa. Lira derrotou os deputados federais Chico Alencar (PSOL-RJ) e Marcel van Hattem (NOVO-RS), que fizeram 21 e 19 votos, respectivamente.
O advogado e empresário de 53 anos assumirá o comando do Casa pelo biênio 2023-2025.
Lira foi apoiado por um único bloco parlamentar reunindo 20 partidos, incluindo duas federações. Ele obteve a maior votação absoluta de um candidato à Presidência da Câmara nos últimos 50 anos. Antes do alagoano, só tiveram maior votação João Paulo Cunha (PT), em 2003, e Ibsen Pinheiro (PMDB), em 1991. Ambos obtiveram 434 votos.
O bloco parlamentar que apoiou Arthur Lira reúne a Federação Brasil da Esperança (PT, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, PCdoB e PV) e o PL, do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Também integram o bloco: União Brasil, PP, MDB, PSD, Republicanos, Federação PSDB-Cidadania, Podemos, PSC, PDT, PSB, Avante, Solidariedade, Pros, Patriota e PTB.
Após assumir o cargo, Lira fez um discurso e conduzirá a apuração da votação para os demais cargos da Mesa Diretora.
Carreira política de Lira surgiu em Alagoas
Nascido em Maceió, no Estado de Alagoas, Lira venceu a sua primeira eleição em 1992, para vereador na capital, cargo que ocupou até 1998. Entre 1999 e 2011, foi deputado estadual em Alagoas, até assumir como deputado federal.
Em fevereiro de 2021, com apoio do então presidente da República, Jair Bolsonaro, Lira foi eleito presidente da Câmara. Ele derrotou o deputado Baleia Rossi (MDB), apoiado pelo presidente anterior da casa, Rodrigo Maia, então no DEM.
Ao longo dos seus dois anos de mandato como presidente da Câmara, Arthur Lira se manteve como aliado de Jair Bolsonaro. Contudo, após as eleições de 2022, Lira rapidamente reconheceu os resultados das urnas, negando-se a embarcar nas teorias que levantavam suspeitas de fraude nas votações.
Agora, o amplo apoio político significa mais poder de barganha para Lira, que terá o Centrão nas negociações com Lula, em troca da aprovação de projetos de interesse do governo. O governo do petista vinha segurando as nomeações de apadrinhados por políticos na espera do resultado da eleição das presidências do Congresso. Lira agora será um dos principais interlocutores junto ao governo na indicação de cargos no Executivo.