Apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro, Arthur Lira (PP-AL) venceu a eleição na Câmara dos Deputados e é o novo presidente da Casa. Por 302 votos a 145, ele derrotou Baleia Rossi (MDB-SP), apoiado por Rodrigo Maia (DEM-RJ), que encerra seu mandato na presidência da Câmara nesta segunda-feira (1º).
Placar final da votação para a Presidência da Câmara dos Deputados
- Arthur Lira (PP-AL): 302 votos (eleito em 1º turno)
- Baleia Rossi (MDB-SP): 145 votos
- Luiza Erundina (PSOL-SP): 16 votos
- Marcel Van Hattem (Novo-RS): 13 votos
- André Janones (Avante-MG): 3 votos
- Kim Kataguiri (DEM-SP): 2 votos
- General Peternelli (PSL-SP): 1 voto
Com a campanha oficial na rua desde 9 de dezembro, o deputado alagoano rodou o país visitando políticos com a promessa de dar "voz novamente à Câmara", em uma crítica indireta à condução da Casa por Maia, que sai em atrito direto com o governo Bolsonaro. Maia deixa também para trás cerca de 60 pedidos ativos de impeachment ainda não analisados.
O governo federal passou a ser pressionado cada vez mais por sua atuação na pandemia de covid-19 — o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, por exemplo, virou alvo de um inquérito da Polícia Federal por omissão a mando do STF. Ao mesmo tempo, Bolsonaro usou a máquina para interferir na disputa nesta reta final de campanha.
"Voz a todos"
No discurso de candidatura, Lira prometeu dar voz a todos os colegas da Casa.
— Por favor olhem para a cadeira da presidência, por acaso ali há um trono? Não. Ao lado do presidente, há outras cadeiras e demais representantes da Mesa Diretora — disse.
— Temos que dar voz a todas as deputadas e a todos os deputados, por isso temos que retirar o superpoder da presidência, como foi nos últimos anos, e devolver esse superpoder para o seu único e legítimo dono, o plenário da Câmara dos Deputados — afirmou.
Lira fez referência à atuação de Maia e sugeriu que o parlamentar fez uma gestão monocrática, privilegiando um grupo de aliados na definição da pauta e na relatoria de projetos.
— 51 milhões de votos não podem ser funcionários, não podem ser submissos, não podem ser subalternos da vontade de apenas um, dá vontade de um só. A Câmara tem que ser de todos. Não pode continuar sendo a Câmara do "eu" — afirmou Lira.