O governador afastado do Distrito Federal (DF), Ibaneis Rocha, foi nesta sexta-feira (13) à Polícia Federal (PF) para prestar depoimento voluntário sobre os atos golpistas ocorridos no último domingo (8), quando bolsonaristas radicais invadiram e vandalizaram as sedes dos três poderes, em Brasília. A informação foi confirmada pelo ministro da Justiça, Flávio Dino.
A ida de Ibaneis à PF ocorreu após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes ter aberto um inquérito contra o governador afastado e seu ex-secretário de Segurança Pública, Anderson Torres, com o objetivo de apurar a conduta de ambos durante os atos na capital federal.
Também serão alvo da investigação o ex-secretário de Segurança Pública interino do DF, Fernando de Sousa Oliveira, e o ex-comandante da Polícia Militar do Distrito Federal Fábio Augusto Vieira — que já está preso por ordem de Moraes.
O STF quer identificar responsabilidades pelo ocorrido e quem são os mentores intelectuais dos ataques. Durante coletiva de imprensa feita nesta sexta-feira no Ministério da Justiça, Flávio Dino disse que Ibaneis "procurou a PF dizendo que gostaria de prestar depoimento", e que ele já estava sendo ouvido.
— Nós tivemos a oitiva do comandante-geral da Polícia Militar Fábio Augusto Vieira, que foi destituído do cargo. Ele estava no comando no último domingo e já apresentou a sua versão com relação aos fatos — declarou Dino.
Segundo o ministro, Anderson Torres deverá se apresentar nos próximos dias.
Flávio Dino afirmou que as investigações estão avançando com a ajuda da perícia criminal federal, que está extraindo dados de mais de mil celulares apreendidos com os presos suspeitos de participação nos atos antidemocráticos. Esses aparelhos telefônicos, conforme ele, serão importantes para avançar no inquérito policial em andamento.
— A partir da análise das informações poderemos identificar conexões e relações com o ocorrido. Também está sendo feita a coleta de material de DNA das pessoas porque este é, também, um caminho para estabelecermos vínculos entre os danos efetivamente causados e as pessoas que estão presas — completou.