Nesta quarta-feira (19), vazou uma nota assinada por cinco federações gaúchas em apoio à política econômica conduzida pelo governo de Jair Bolsonaro (PL), que disputa o segundo turno presidencial com Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Sem citar o nome do candidato à reeleição, as entidades manifestaram posicionamento favorável à continuidade do atual governo em razão do que consideram como avanços para o emprego, o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), o combate à inflação e a retomada mais ágil da atividade no pós-pandemia.
O material, previsto para ser divulgado em 20 de outubro, veio a público um dia antes e é subscrito pelas federações das Indústrias (Fiergs), da Agricultura (Farsul), das Câmaras de Dirigentes Lojistas (FCDL-RS), das Entidades Empresariais (Federasul) e do Comércio (Fecomércio). O texto considera que “o futuro do Brasil está em discussão e exige uma séria reflexão sobre o que queremos deixar para as próximas gerações”.
A nota ainda afirma que, “neste segundo turno eleitoral, haverá a oportunidade de decidirmos os rumos da nação e que cada voto será importante para consolidar a atual trajetória de retomada da economia”.
Motivos
O presidente da Federasul, Anderson Trautman Cardoso, comenta que já havia algum tempo que as federações conversavam sobre o alinhamento de uma declaração conjunta. Na avaliação do dirigente, não se trata de defender pessoas ou bandeiras, mas sim de sustentar que a “trajetória econômica implantada até o momento foi a correta”.
— Há vários motivos para isso ocorrer, vemos pouco a mídia saudando os avanços e, na parte econômica, peca-se em reconhecer esses avanços. O debate não pode ser pautado só pelo fator ideológico, é a nossa forma de ver. Defendemos o que é correto. Existiram avanços e foram muito significativos — argumenta Cardoso.
O chefe de gabinete da presidência da Fiergs, Julio Cesar Magalhães, afirma que o conteúdo pontua “a importância da continuidade da política econômica que vem dando certo”. Ele elenca a recuperação das perdas provocadas pela pandemia e a retomada da economia como fatores essenciais para divulgação do texto.
— Nosso posicionamento é que que os ganhos econômicos não podem ser perdidos, mesmo com outros atrativos. A continuidade dessa política, quem tem mais condições de promover é o próprio governo que aí está. As entidades são apartidárias — pondera Magalhães.
Movimento incomum
O presidente da Fecomércio-RS, Luiz Luiz Carlos Bohn, diz que manifestação direta como essa não é habitual na entidade, mas que foi necessária para contemplar os anseios da diretoria e dos associados, diante do momento político. O dirigente acrescenta que houve uma série de cuidados com os códigos de ética e estatutos de cada uma das federações, assim como aspectos da legislação eleitoral, antes da publicação, que acabou sendo antecipada por um vazamento nas redes sociais.
— Não é algo habitual de acontecer, mas é uma posição, nada contra a outra, apenas para mostrar que entendemos que não temos partido, mas temos posicionamentos políticos. A nota fecha muito com a nossa agenda institucional, que foi entregue aos candidatos. A gente está alinhando com teto de gastos e concessões à iniciativa privada, privatizações e liberdade econômica — diz.
As demais federações Farsul e FCDL foram consultadas por GZH, mas não responderam em tempo hábil para a publicação.
Veja o que diz a nota na íntegra
"As Federações representativas dos setores econômicos do Rio Grande do Sul entendem que os resultados obtidos até agora atestam que a política econômica do atual Governo Federal vem dando certo, tendo recuperado as perdas da pandemia.
Hoje, o emprego está em alta, os preços em queda, e temos a 4ª menor inflação entre os países do G20, abaixo dos Estados Unidos, Alemanha, e Reino Unido. Nosso Produto Interno Bruto atinge o maior nivel em 8 anos, superando até o crescimento da China.
Existem, assim, condições para darmos um salto as desenvolvimento nacional a partir da continuidade do crescimento do País.
O futuro do Brasil está em discussão e exige uma séria reflexão no sobre o que queremos deixar para as próximas gerações. Neste segundo turno eleitoral, haverá a oportunidade de decidirmos os rumos da Nação. Cada voto será importante para consolidar a atual trajetória de retomada da economia."