Enquanto o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), avalia a possibilidade de devolver ao governo a medida provisória que dificulta a remoção de notícias falsas das redes sociais, o presidente Jair Bolsonaro afirmou, nesta terça-feira (14), que a disseminação das chamadas fake news não deve ser regulamentada no país.
— Fake news faz parte da nossa vida. Quem nunca contou uma mentirinha para a namorada? — questionou o chefe do Planalto durante a solenidade de entrega do Prêmio Marechal Rondon de Comunicações. — Não precisamos regular isso aí, deixemos o povo à vontade — acrescentou.
Na avaliação de Bolsonaro, fake news, para ele, é quase como um apelido.
— Se eu colocar um apelido no ministro da Saúde, Marcelo Queiroga e ele ficar chateado, vai pegar o apelido — disse o presidente.
A MP que dificulta a remoção de conteúdos falsos das redes sociais, além de ser criticada por parte do Congresso, recebeu parecer contrário do procurador-geral da República, Augusto Aras. O chefe do Ministério Publico pediu ontem ao Supremo Tribunal Federal (STF) a suspensão do texto, considerado pela oposição como uma proteção a bolsonaristas, hoje na mira do inquérito das fake news.
Durante o evento desta terça, Bolsonaro reconheceu ainda que foi eleito com impulso das redes sociais. Apesar de sua retórica de ataques à imprensa, o chefe do Planalto garantiu que não vai tomar nenhuma medida para cercear os meios de comunicação:
— No que depender de nós, jamais teremos qualquer medida visando censurar. Nossa liberdade de imprensa, com todos os seus defeitos, tem que persistir.