A CPI da Covid ouve, nesta quinta-feira (1º), o depoimento de Luiz Paulo Dominguetti Pereira, representante da Davati Medical Supply. Ele, que também é policial militar em Minas Gerais, afirma ter recebido pedido de propina para fechar um contrato de venda de vacinas da AstraZeneca com o Ministério da Saúde.
Em entrevista à Folha de S.Paulo, Dominguetti disse que Roberto Ferreira Dias, então diretor do Departamento de Logística da pasta, pediu propina de US$ 1 por cada dose do imunizante a ser vendida pela empresa ao governo federal. Ao jornal, o representante declarou que não fechou negócio porque não concordou em pagar propina. Após a publicação da reportagem, Ferreira Dias foi exonerado.
De acordo com o portal G1, a Polícia Militar de Minas informou que Dominguetti atua no município de Alfenas, no sul do Estado. Segundo uma fonte da publicação, que não quis se identificar, o envolvimento do policial em negócios do tipo é recente. O homem relatou ter conhecido o PM em fevereiro e, ainda conforme ele, nenhum contrato foi assinado.
Após as denúncias de Dominguetti contra o governo federal, a PM de Minas disse que instaurou investigação preliminar para verificar a conduta do agente. De acordo com a reportagem do G1, ele chegou a atuar no gabinete militar do governo mineiro, no ano passado, mas foi afastado por não corresponder ao perfil para o cargo.
Ainda segundo o portal, o nome do policial aparece em 37 processos na Justiça. Um deles seria por uma dívida de quatro meses de aluguel que não foram pagos. O imóvel fica em Belo Horizonte, onde o PM morou até o final de 2020. No local, moradores ouvidos pelo portal afirmaram que Dominguetti e a família era discretos e que não tinham contato com os vizinhos.
Em outro processo, o PM é acusado de ter comprado um carro financiado em nome de uma mulher, sem ter pago as parcelas a ela. O veículo não foi encontrado até hoje.