A maioria oposicionista na CPI conseguiu aprovar a quebra dos sigilos telefônico, bancário, fiscal e telemático do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello. O pedido partiu do senador Randolfe Rodrigues, que pretende investigar denúncia apresentada em maio pelo Jornal Nacional. Conforme o noticiado pela TV Globo, na gestão de Pazuello, militares escolheram, sem licitação, empresas para reformar prédios antigos no Rio de Janeiro. E, para isso, usaram a pandemia como justificativa para considerar as obras urgentes.
A CPI já havia aprovado a quebra do sigilo telefônico e telemático do ex-ministro da Saúde, mas agora avançou para a transferência dos dados fiscais e bancários de Pazuello.
Contratos para a realização de reformas de galpões e da sede da Superintendência Estadual do Ministério da Saúde no Rio de Janeiro são alvo de investigação por suspeita de irregularidades. As obras, com orçamento somado de R$ 28,8 milhões, teriam sido autorizadas com dispensa de licitação em novembro de 2020 pelo superintendente fluminense, o coronel da reserva George Divério, indicado ao cargo pelo então ministro Eduardo Pazuello. Os dois contratos foram anulados, mas a Advocacia-Geral da União (AGU) pede que as investigações continuem para identificar se há indícios de conluio entre servidores e as empresas contratadas
— Em novembro, num período de dois dias, Divério autorizou duas contratações sem licitação que somam cerca de R$ 28,8 milhões — esclareceu Randolfe Rodrigues.
A CPI da Covid também aprovou nesta quarta-feira a convocação do deputado Ricardo Barros, líder do governo na Câmara, e do servidor exonerado do Ministério da Saúde, Roberto Dias. Os senadores também deram aval para a convocação de Luiz Paulo Dominguetti Pereira, que se apresenta como representante da Davati Medical Supply e afirmou ter recebido Ferreira Dias pedido de propina de US$ 1 para cada dose da vacina AstraZeneca adquirida pelo governo Bolsonaro, conforme disse ao jornal Folha de S. Paulo.
Após cobrança do líder do governo, Fernando Bezerra (MDB-PE), Aziz marcou para a próxima quinta-feira (8) a oitiva de Barros. Na quarta-feira (7) será a vez de Ferreira Dias. Já Luiz Pereira terá de comparecer à comissão nesta sexta-feira (2).