Em discurso para apoiadores após a motociata pelas ruas de Porto Alegre, o presidente Jair Bolsonaro voltou a atacar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, defendendo, de novo, a implementação do voto impresso.
— O Barroso quer a volta da roubalheira, da impunidade, através da fraude eleitoral— disse Bolsonaro, disparando contra o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Na sequência, declarou que "teremos o voto impresso e auditado em 2022", e criticou o ex-presidente Lula, a quem chamou de "aquele de nove dedos".
Os ataques de Bolsonaro também foram direcionados à CPI da Covid, que investiga um suposto caso de corrupção envolvendo a compra de doses da vacina indiana Covaxin.
— Eles querem me rotular de tudo quanto é jeito de corrupto. Olha, meu Deus do céu, o que aconteceu com a Petrobras? (...) Estão me acusando sobre uma vacina que sequer comprei uma dose — disse o presidente.
Ao falar sobre a pandemia, Bolsonaro voltou a defender medicamentos sem comprovação cientifica no tratamento contra a covid-19, porém, em sua fala, o presidente afirmou que suas previsões sempre estiveram corretas, e eram embasadas em estudos.
— Tudo que falei sobre essa pandemia, eu acertei. Acertei porque não veio da minha cabeça — disse. — Tem estudos avançados no mundo, que provam que 60% das mortes seriam evitadas se fosse realizado o tratamento precoce — concluiu.
Bolsonaro também provocou o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, por medidas restritivas impostas pelo governo do Estado durante a pandemia.
— Eu não fechei uma só casa de comércio. Não coloquei divisória em prateleira de supermercado. Eu não decretei toque de recolher, mesmo tendo poder para tudo isso.
Ele voltou a defender o uso da cloroquina em seu discurso, falando do estado de saúde de um dos senadores da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI).
— Tem agora um elemento, um senador da CPI que está com covid-19, quero saber se ele vai ficar em casa ou se vai tomar cloroquina — disse Bolsonaro, sem citar o nome do senador.
A passagem de Bolsonaro pelo Estado chega a seu fim neste sábado, depois de passar por Caxias do Sul e Bento Gonçalves, na Serra. O presidente ainda teve em sua agenda um almoço em uma churrascaria, onde se reuniu com empresários.