A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que o ex-ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, entregue o passaporte à Polícia Federal. O aliado do presidente Jair Bolsonaro deixou o governo federal nesta quarta-feira (23) sob suspeitas de envolvimento em crimes de obstrução de investigação ambiental, advocacia administrativa e organização criminosa.
O criminalista Roberto Podval, que representa o ex-ministro, informou que Salles "vai entregar o passaporte na tarde desta sexta-feira (25)".
Salles é alvo de dois inquéritos no STF, sendo que com a perda de seu foro por prerrogativa de função, as investigações devem ser enviadas à primeira instância.
O caso que está sob relatoria da ministra Cármen Lúcia é derivado da notícia-crime em que o delegado Alexandre Saraiva — que caiu após os atritos com Salles — imputou ao ex-ministro do Meio Ambiente suposto patrocínio de "interesses privados" de investigados da Operação Handroanthus GLO — investigação que culminou em apreensão "histórica" de madeira ilegal na Amazônia.
Já o segundo inquérito contra Salles está sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes e investiga um "grave esquema de facilitação ao contrabando" de madeira. As apurações culminaram na abertura, em maio, de uma fase ostensiva batizada de Operação Akuanduba, ocasião na qual a Polícia Federal fez buscas no gabinete e na casa de Salles.