Diante do agravamento dos números da covid-19 no Rio Grande do Sul, o modelo de cogestão do distanciamento controlado está sob reavaliação. No sistema, as prefeituras de cada região podem chegar a um acordo e adotar protocolos semelhantes aos da classificação imediatamente anterior — os locais na bandeira preta, por exemplo, podem escolher por medidas semelhantes às da vermelha.
O assunto será tema de reuniões nesta segunda-feira (22) entre governo do Estado, prefeitos, entidades empresariais, sindicatos, universidades, entre outros. Em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, o governador Eduardo Leite defendeu a suspensão da cogestão diante do quadro atual da pandemia.
— A cogestão é uma boa ferramenta, é positiva, mas quando temos um momento crítico como esse o melhor é alinharmos ações, para que seja uma única comunicação com a população, sem gerar dúvidas — disse (leia a entrevista completa).
Na última sexta-feira (19), o governador anunciou 11 regiões em bandeira preta no modelo de distanciamento controlado e a suspensão de atividades, em todo o Estado, entre 22h e 5h. O quadro no RS, segundo Leite, é "gravíssimo" e "sem precedentes".
— Em julho, tínhamos em média aumento de 64 pacientes por dia em leitos clínicos e de UTI. Na segunda onda, tínhamos em média 67, na mesma base. Agora, temos 170 pacientes sendo internados em média por dia, nos últimos 10 dias. Este é o nível da gravidade que estamos vivenciando.
Já o prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, também em entrevista ao Gaúcha Atualidade, defendeu a manutenção do modelo de cogestão.
— A cogestão significa a divisão de responsabilidade. Eu penso que um prefeito tem que enfrentar temas difíceis, e quero ser responsável pelas decisões na minha cidade — afirmou. — Cogestão não significa que eu não possa ter bandeira preta. Não significa que, se eu aceitar a cogestão, eu já coloque a bandeira vermelha. Mas vamos conversar — completou (leia a entrevista completa).