O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, saiu em defesa do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, na manhã desta segunda-feira (25). A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu a abertura de um inquérito contra o ministro no Supremo Tribunal Federal (STF), e Pazuello, por sua vez, viajou a Manaus, que enfrenta um colapso no sistema de saúde, sem data para voltar.
— Uma vez que existe muito "disse me disse" a respeito disso, acho que a melhor linha de ação é que se chegue à conclusão do que aconteceu. Eu tenho acompanhado o trabalho do ministro Pazuello, sei que ele tem feito um trabalho meticuloso e de forma honesta e competente. Então, que se investigue e se chegue à conclusão do que aconteceu na realidade — disse Mourão a jornalistas nesta segunda, quando perguntado sobre a situação do ministro da Saúde.
O vice-presidente minimizou a falta de insumos e imunizantes prontos para vacinar a população brasileira. Na entrevista, ele citou dados de outros países, afirmando que o impasse não ocorre apenas no Brasil.
— Esse problema não é só aqui no Brasil. O mundo inteiro acompanha o placar das vacinas — disse Mourão.
Segundo ele, o Brasil poderá estar na quinta ou na sexta colocação mundial em número de vacinados "brevemente", apesar de a imunização não significar um alcance satisfatório em relação à quantidade de pessoas no país.
— A solução para o Brasil é mantermos os contratos (de vacinas) e acionarmos os contratos que foram feitos — afirmou.
Mourão também apontou "ruídos" em torno da vacinação contra a covid-19 e o colapso na saúde em Manaus, além da sucessão no Congresso Nacional, como razões para a queda de popularidade do presidente Jair Bolsonaro.
De acordo com pesquisa do Datafolha na última sexta-feira (22), a avaliação positiva do governo (ótimo e bom) caiu de 37% em dezembro para 31% em janeiro, enquanto que a avaliação negativa (ruim e péssimo) passou de 32% para 40%.
— O governo está fazendo o possível e o impossível para ter um fluxo contínuo (de vacinação) e também aquela questão de Manaus. No momento em que isso for esclarecido, acho que diminuirá esse ruído. Então, semana que vem eu acho que baixam um pouco as tensões — afirmou, citando em seguida a eleição para as presidências da Câmara e do Senado.