O prefeito afastado do Rio, Marcelo Crivella (Republicanos), deixou o presídio de Benfica, na zona norte da cidade, por volta das 19h20min desta quarta-feira, 23. Ele vai para prisão domiciliar após decisão do ministro Humberto Martins, presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Na saída, não falou com a imprensa.
Foi Martins, inclusive, quem determinou no início desta noite que a saída do prefeito fosse cumprida imediatamente - o habeas corpus foi concedido na noite de terça-feira. Durante o dia, um imbróglio no Tribunal de Justiça do Rio fez com que o alvará de transferência demorasse a ser expedido. Ao receber o comunicado sobre a decisão de ontem de Martins, o desembargador plantonista Joaquim Domingos de Almeida Neto entendeu que caberia à relatora do caso expedir o alvará.
Às 16h08min, Rosa Helena Guita afirmou que, antes de liberar Crivella, deveria ser cumprido um mandado de busca e apreensão na casa dele para que fossem retirados "os terminais de telefônicos fixos, computadores, tablets, laptops, aparelhos de telefone celular e smart TVs, de forma a dar fiel cumprimento à medida." Também ordenou que as empresas de telefonia fixa e internet interrompessem os respectivos sinais. E, por fim, que fosse colocada a tornozeleira eletrônica para monitorar o preso.
Irritado com a demora, Martins entrou na história e determinou que a transferência de Crivella fosse cumprida imediatamente — emitindo, no próprio STJ, o alvará. O prefeito afastado segue agora para casa, num condomínio de luxo na zona oeste.
Crivella é acusado de chefiar o "QG da Propina", grupo que teria arrecadado pelo menos R$ 53 milhões em troca de favorecimentos a empresas. Ele estava a nove dias de completar o mandato quando foi detido, na manhã de terça-feira.