Um dia após dizer que irá enviar projeto para a realização de um plebiscito sobre a elaboração de uma nova Constituição para o Brasil, o líder do governo na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros (PP-PR), afirmou nesta quarta-feira (28) que o assunto é uma "emergência do país". O parlamentar foi entrevistado do programa Timeline, da Rádio Gaúcha.
— Nós estamos há seis anos no déficit fiscal. Se arrecada menos do que se dá no custeio, não dá pra pagar a conta. (...) O momento é mudar a Constituição urgentemente — disse o deputado, citando, por exemplo, o que chamou de "privilégios" garantidos pelas atuais leis aos servidores.
Segundo Barros, há alto pagamento mensal aos servidores públicos, enquanto o governo não consegue "nem R$ 300 para dar ao cidadão que precisa", referindo-se ao auxílio emergencial.
— São muitas as categorias privilegiadas, elas tomaram conta do Brasil. Abduziram o que se arrecada no orçamento da União para pagar o servidor. (...) Não vai ter mais a estabilidade (do servidor público), serão 25 anos com progressões para chegar no topo da carreira, e não em três anos, como é atualmente.
Ainda se referindo ao funcionalismo, Barros afirmou que o projeto está sendo pensado para prospectar o "futuro" e permitir a meritocracia dentro do serviço público. Ele também garantiu que a proposta é uma ideia pessoal, que não tem o aval do presidente Jair Bolsonaro.
— Nem consultei o governo sobre isso — garantiu.
Membro do centrão, Barros foi questionado sobre as negociações do governo com deputados e senadores. O parlamentar se exaltou ao afirmar que o Congresso "não é balcão de negócios" e negou que haja "troca-troca".
— Isso é chulo! Que conversa é essa? Que troca-troca? Tenha paciência (...) O presidente cede em esforço de convencimento. Nós temos que formar maioria. Nosso presidencialismo é de coalização (...) Não tente apequenar o papel do Congresso Nacional — declarou.