O presidente Jair Bolsonaro voltou a dizer que pediu ao ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, para analisar a isenção de pedágio para motociclistas em novos contratos de concessão de rodovias. A fala foi uma resposta a um apoiador com quem conversou na manhã desta terça-feira (8) na saída do Palácio da Alvorada.
— Nós somos 7,5 milhões de motoboys, menos de 1,5 milhão contribui porque ninguém sabe para onde vai nosso recurso — argumentou o apoiador.
— O que eu orientei o Tarcísio (de Freitas, ministro da Infraestrutura), nas novas concessões, vê se é possível moto não pagar pedágio — respondeu Bolsonaro.
O fim do pedágio para motociclistas já havia sido mencionado pelo presidente antes. Em julho, logo após ter anunciado testar negativo para o coronavírus, o presidente quebrou o isolamento de 15 dias e fez um passeio de moto pela capital federal para ir à loja onde comprou o veículo em novembro do ano passado.
Na ocasião, prometeu a um grupo de apoiadores que contratos futuros de concessões de rodovias não irão cobrar pedágio de motociclistas.
Para bancar essa isenção para os motociclistas, o pedágio subiria em média 5% para outros motoristas, de acordo com cálculos da Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR).
Nesta terça, o apoiador que questionou Bolsonaro sobre a situação dos motociclistas ressaltou ainda que "muitos querem contribuir" e que "a solução do Renda Brasil está lá", em referência ao novo programa de transferência de renda que deve substituir o Bolsa Família.
—Renda Brasil? Sabe quanto custa? — indagou o presidente, sem fazer mais comentários sobre o tema.
O programa Renda Brasil, que ainda está sendo desenhado pelo governo, enfrenta desafios de fonte de financiamento. O anúncio do benefício foi suspenso por Bolsonaro após discordar das alternativas apresentadas pela equipe econômica para bancar a proposta, entre elas o fim do programa de abono salarial.