A Polícia Federal (PF) do Rio Grande do Sul indiciou nesta sexta-feira (24) mais quatro pessoas suspeitas de fraude na saúde pública de Rio Pardo. O indiciamento é pelos crimes de lavagem de dinheiro e falsidade ideológica. É o segundo relatório parcial da Operação Camilo, deflagrada em 27 de maio. Pelo menos R$ 15 milhões teriam sido desviados dos cofres públicos. Foram indiciados Luciani Gabrieli Colares Lopes, Barbara Conceição Colares Lopes, Diego Rocha Teixeira e Michele Ninov Dovizinski.
Conforme as investigações, os quatro fazem parte do núcleo de lavagem de dinheiro coordenado por outro investigado que foi iniciado no início de julho, o secretário-geral do partido Solidariedade no Estado, Carlos Alberto Serba Varreira, que chegou a ser preso quando a operação foi deflagrada, mas já está solto.
Com mais esses quatro, já são nove indiciados. Em 3 de julho, da administração municipal foram indicados o ex-prefeito de Rio Pardo Rafael Barros — que renunciou ao cargo dias depois de ser preso — e o ex-procurador-geral do município Milton Schmitt Coelho.
Do núcleo ligado à Associação Brasileira de Assistência Social, Saúde e Inclusão (Abrassi), terceirizada que operava no Hospital Regional do Vale do Rio Pardo, foram indiciados Edemar João Tomazeli, Carlos Alberto Serba Varreira e Renato Carlos Walter. Os crimes desses indicados são corrupção ativa, corrupção passiva, organização criminosa, lavagem de dinheiro, fraude a licitação e estelionato.
Quando a operação foi deflagrada, 15 pessoas foram presas. Todas foram soltas. GaúchaZH tenta falar com os indiciados.
Confira o papel de cada um dos indiciados no esquema, segundo a PF
Rafael Reis Barros
- Prefeito de Rio Pardo. Além dos desvios de recursos, PF e MP dizem que ele ordenou uma desinfecção de ruas da cidade contra o coronavírus na qual, no lugar de desinfetante,ia somente água.
Milton Schmitt Coelho
- Procurador-geral do município de Rio Pardo, antes trabalhou como advogado do prefeito de Rio Pardo, Rafael Reis Barros.
Renato Carlos Walter
- Advogado, foi preso em Porto Alegre. É um dos sócios da Abrassi. Também tem participação em outras duas empresas investigadas por terem sido subcontratadas.
Edemar João Tomazeli
- Preso em São Paulo, aparece em documentos como sócio de uma empresa de propaganda e marketing. No entanto, investigação aponta que ele é o fundador da Abrassi. Segundo o apurado, ele teria aberto organizações sociais e repassado para terceiros. Com isso, ganharia uma comissão.
Carlos Alberto Serba Varreira
- Secretário-geral do partido Solidariedade no Estado. Ele é investigado por ter sido gestor da Associação Brasileira de Assistência Social, Saúde e Inclusão (Abrassi), principal alvo da operação.
Luciani Gabrieli Colares Lopes
- Integra o núcleo de lavagem de dinheiro liderado por Carlos Alberto Serba Varreira. É esposa dele.
Barbara Conceição Colares Lopes
- Integra o núcleo de lavagem de dinheiro liderado por Carlos Alberto Serba Varreira. É sogra dele.
Diego Rocha Teixeira
- Integra o núcleo de lavagem de dinheiro liderado por Carlos Alberto Serba Varreira. Usado como laranja no esquema.
Michele Ninov Dovizinski
- Integra o núcleo de lavagem de dinheiro liderado por Carlos Alberto Serba Varreira. Usado como laranja no esquema.