
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, disse nesta sexta-feira (9), que quer ser o candidato do PSD a presidente da República em 2026. Ele defendeu uma candidatura de centro para superar a polarização e declarou que sua vontade de liderar o projeto "jamais será maior" do que a de ver o país dar certo, mostrando disposição para ceder caso outros governadores de centro-direita demonstrem ter mais viabilidade.
— Os fins não justificam os meios — disse ele.
Leite deixou o PSDB e filiou-se ao partido presidido por Gilberto Kassab nesta sexta, em cerimônia na sede da sigla, em São Paulo. O gaúcho tem a concorrência interna do governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), com quem disse não querer disputar prévias, como fez no PSDB com João Doria, e sim alcançar um consenso sobre o melhor nome.
Ele admitiu a possibilidade de apoiar o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), caso este decida disputar o Palácio do Planalto.
— Se tivermos um projeto comum para o Brasil, temos de reconhecer que, se sob a liderança dele (Tarcísio) isso pode melhor se efetivar, que seja feito — declarou Leite ao ser questionado sobre o chefe do Executivo paulista.
— Agora, me posiciono porque me sinto pronto para liderar o projeto. Ele (Kassab) sabe dessa aspiração e desse desejo e sabe que do meu lado jamais será a qualquer custo. Nesse momento, é menos sobre os nomes e mais sobre a discussão do projeto — disse Leite, acrescentando que uma candidatura ao Senado pelo Rio Grande do Sul está na mesa caso ele não consiga disputar a Presidência.
Logo após a declaração, Kassab voltou a dizer que é "mais do que o natural" que o PSD não lance candidato e apoie Tarcísio se o governador de São Paulo decidir pela eleição presidencial.
Discurso abordou polarização
Em seu discurso, Leite disse que a polarização impede a evolução do Brasil e que é preciso parar de brigar com pessoas e passar a enfrentar problemas do país, como a inflação e a criminalidade. Também afirmou que serão necessárias reformas e ajustes que não são simpáticos para corrigir o desequilíbrio fiscal do governo federal.
— Precisamos fazer isso do jeito certo, do jeito que busca convergência e não o aprofundamento de conflitos. Não dá mais para viver numpaís onde não se pode falar de política — disse o recém-filiado ao PSD.
— Queremos um centro onde se tem posição, tem projeto, sabe o que quer para o Brasil e que dialoga — acrescentou.