De acordo com o jornal O Globo, o atual diretor-executivo da Polícia Federal (PF), Carlos Henrique Oliveira, afirmou em depoimento nesta quarta-feira (13) que o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) era investigado em um inquérito na Superintendência da corporação no Rio de Janeiro. Ele afirmou, entretanto, que jamais recebeu cobranças do presidente sobre isso, segundo o jornal. Não houve indiciamento, conforme o depoimento.
Um eventual inquérito sobre Flávio tem relevância porque poderia ser o motivo central do interesse do presidente na Polícia Federal do Rio de Janeiro. Na reunião ministerial do dia 22 de abril, Bolsonaro teria relacionado a superintendência da corporação no Estado a uma "perseguição" contra a sua família. O vídeo foi anexado ao inquérito que apura eventuais crimes cometidos pelo presidente ou pelo ex-ministro da Justiça e da Segurança Pública Sergio Moro, e que também coletou os depoimentos de Carlos Henrique de Oliveira.
Carlos Henrique também rebateu o presidente Jair Bolsonaro e disse que não havia problemas de produtividade na Superintendência do Rio.
Ele comandava a área até recentemente, quando foi transferido para Brasília após a queda de Maurício Valeixo da diretoria-geral da PF. Carlos Henrique virou atual número dois da PF, tendo sido nomeado oficialmente nesta quarta pelo ministro da Justiça, André Mendonça.
Ele afirmou aos investigadores, no âmbito do inquérito que apura as acusações do ex-ministro Sergio Moro a Bolsonaro, que acompanhava a evolução da gestão no Rio desde 2019 e que os números estavam melhorando, alcançando a melhor posição do Índice de Produtividade Operacional (IPO).
As afirmações de Carlos Henrique rebatem declarações feitas pelo presidente para justificar a troca na corporação. A mudança de superintendente na PF do Rio atendeu à vontade de Bolsonaro sob a justificativa de uma suposta preocupação de Bolsonaro com alegada falta de produtividade no Rio. No entanto, ele é investigado sob a suspeita de agir no Estado para proteger amigos e familiares.