O presidente Jair Bolsonaro negou que tenha tentado interferir politicamente na Polícia Federal e afirmou que não existe menção sobre ao órgão no vídeo exibido nesta terça-feira (12) na superintendência da PF, em Brasília.
Nesta tarde, em frente ao Palácio do Planalto, Bolsonaro afirmou à imprensa que a PF "nunca investigou a sua família".
— Não tem a palavra investigação. Não tem outra palavra, não. A preocupação minha, sempre foi, depois da facada, e foi direcionada para a segurança minha e da minha família. (...) Não estou e nunca estive preocupado com a Polícia Federal. A Polícia Federal nunca investigou ninguém da minha família. Isso não existe no vídeo.
— Quem cuida da minha família não é a PF. Todos meus filhos têm segurança, sem exceção — completou.
Bolsonaro disse ainda que o vídeo foi feito por ele, e não é oficial, e que poderia não ter entregue à PF. Em relação ao depoimento do ex-ministro Sergio Moro, o presidente afirmou:
— Eu não escondo nada de ninguém. O depoimento do Moro, com todo respeito, não tem acusação nenhuma, do Valeixo a mesma coisa, este vídeo é a última cartada midiática para tentar dizer que eu interferi na Polícia Federal.
O vídeo foi citado por Moro em seu depoimento à PF. Ao deixar o cargo no governo federal, o ex-ministro afirmou que Bolsonaro queria alguém de confiança a frente da polícia.
Conforme a colunista Carolina Bahia, fontes que assistiram à gravação da reunião, exibida na manhã desta terça em Brasília, dizem que Bolsonaro mostrou preocupação com a segurança da sua família ao sugerir mudanças na Polícia Federal do Rio de Janeiro.
Depois de afirmar que a sua família estaria sendo "perseguida", ele fala sobre a troca do superintendente da Polícia Federal do Rio de Janeiro. Segundo fontes, a gravação é considerada "devastadora" para o presidente.
Após a exibição, o material passará por perícia da PF, autorizada na noite de segunda (11) pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello.