Para evitar um fechamento do estado até a noite de sexta-feira (20), o Congresso dos Estados Unidos começa as negociações do zero nesta quinta-feira depois que o presidente eleito Donald Trump e seu conselheiro Elon Musk rejeitaram um acordo orçamentário bipartidário.
"Matem o projeto de lei", escreveu Musk na quarta-feira em uma série de posts no X para rejeitar o acordo orçamentário negociado entre legisladores republicanos e democratas, que permitiu o financiamento do estado federal até meados de março e evitar um shutdown - desligamento, na tradução literal.
A posição do homem mais rico do mundo foi apoiada por Trump, que a escolheu para reduzir os gastos públicos durante seu mandato, que começa em 20 de janeiro.
Trump descreveu o projeto de lei como "ridículo e extraordinariamente oneroso" e disse que o texto estava prestes a "morrer rapidamente".
Na terça-feira, o presidente republicano da Câmara, Mike Johnson, revelou o acordo orçamentário de 1,5 mil páginas negociado com os democratas, que inclui mais de US$ 100 bilhões (R$ 618,3 bilhões) em ajuda para desastres naturais solicitada pelo presidente Joe Biden e US$ 10 bilhões (R$ 61,8 bilhões) para os agricultores dos EUA, bem como um aumento salarial para os legisladores.
O Congresso deve autorizar um novo acordo até as 23h59min desta sexta para evitar uma paralisação dos serviços públicos federais, o que resultaria na demissão de centenas de milhares de funcionários públicos, no congelamento de vários benefícios sociais e no fechamento de algumas creches, uma situação que seria muito impopular a poucos dias do Natal.
A Casa Branca denunciou o risco de "instabilidade" e o "prejuízo para os americanos que trabalham duro".
O "verdadeiro presidente"
Alguns congressistas criticaram a influência de Musk. "Donald Trump e os legisladores republicanos cederam ao verdadeiro presidente eleito, Elon Musk", disse a democrata Nydia Velazquez.
Para alguns apoiadores de Trump, um novo projeto de lei, com muito menos gastos, deve ser apresentado ao Congresso o mais rápido possível.
Estima-se que uma nova proposta cortaria US$ 100 milhões em ajuda a regiões atingidas por desastres naturais e até US$ 10 bilhões para agricultores.
Em uma entrevista à CBS News, o presidente eleito disse que deseja "eliminar completamente o teto da dívida".
Os Estados Unidos têm a particularidade de se envolver periodicamente em debates legislativos sobre seu nível de endividamento: esse limite, que impõe um valor máximo de endividamento do Estado federal, deve ser formalmente elevado ou suspenso pelo Congresso.
Uma suspensão decidida em 2023 chega ao fim no início de janeiro, e os Estados Unidos atingiriam o teto da dívida em junho.
* AFP