O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), não economizou nas críticas ao governo do presidente Jair Bolsonaro em entrevista à coluna nesta terça-feira (12), quanto à ausência de ações para o enfrentamento à pandemia do novo coronavírus. Um dos políticos expoentes no campo da oposição, Dino elencou motivos pelos quais condenava a postura do presidente e lamentou a falta de solidariedade por parte do Executivo em relação aos mais de 11 mil mortos pela Covid-19 no Brasil. No fim de semana, Congresso e Supremo Tribunal Federal decretaram luto oficial em razão de o país ter superado a marca de 10 mol mortos.
Para Dino, as atitudes de Bolsonaro demonstram desrespeito pela vida e uma negação da realidade. Ele afirmou que a atitude do presidente brasileiro o isola dos demais líderes mundiais.
- É um caso único hoje no planeta. Praticamente nenhum chefe de Estado ou chefe de governo mantém essa atitude ferozmente negacionista em relação ao coronavírus. Isso por uma razão simples: a realidade se impõe. Nós estamos falando de centenas de milhares de brasileiros diretamente atingidos pelo coronavírus. Então essa indiferença, e até um desrespeito que se verifica, é algo chocante para o meu sistema de pensamento, e até de fé religiosa. Eu acho esquisito que as pessoas minimizem, ironizem, debochem ou façam piadas com eventos tão duros, tão desesperadores quanto a perda de um ente querido. Isso não é histeria, isso é um sentimento de amor que devemos ter pelos nossos entes queridos, nossas famílias e também em relação as pessoas que são próximas, ou até aquelas pessoas que nem conhecemos - afirmou.
Dino, na entrevista, também cobrou medidas da área econômica do governo do presidente Jair Bolsonaro a fim de enfrentar os reflexos da pandemia. E criticou o novo decreto editado pelo chefe do Executivo que colocou salões de beleza e academias como serviços essenciais:
- Veja esse decreto para abrir academia, salões de beleza e jet ski, que é atividade essencial pro Bolsonaro. Por que ele baixa esse decreto? Ele sabe que não vai acontecer. Ele quer apenas dizer que os governadores são responsáveis pela crise econômica. Ora, foram os governadores que adiaram a Olimpíada de Tóquio? Foi o decreto de algum governador do Nordeste que determinou o desemprego recorde nos Estados Unidos? É preciso ter lealdade. É preciso ter seriedade - opinou.