Após um ano marcado por quedas de braço, o presidente Jair Bolsonaro defendeu nesta segunda-feira (3) uma relação harmônica entre o Executivo e o Legislativo e destacou a pauta econômica como prioridade para 2020.
Em mensagem de abertura do ano legislativo, o presidente destacou que apenas a união entre o Executivo e o Legislativo poderá construir um país "grande" e "justo" e agradeceu "imensamente" o Congresso pelas propostas aprovadas no ano passado.
O texto foi entregue ao presidente do Congresso, Davi Alcolumbre (DEM-AP), pelo ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, e lido pela primeira-secretária da Câmara dos Deputados, Soraya Santos (PL-RJ). O presidente, que cumpre agenda em São Paulo, não compareceu à cerimônia.
"O Brasil já mudou e agradecemos imensamente ao Congresso Nacional por construir conosco este novo momento", disse. "Em 2020, continuaremos trabalhando em prol do nosso Brasil e da nossa democracia. Esperamos e confiamos que a voz da população brasileira seja ecoada no Congresso e que seus anseios prevaleçam, acima de tudo", acrescentou.
No discurso, o presidente ressaltou que, neste ano, projetos do governo "precisam da devida apreciação e votação" para que o poder público atenda "às legítimas aspirações da sociedade brasileira". Ele citou como exemplos a reforma tributária, a independência do Banco Central, a privatização da Eletrobras e as propostas do Pacto Federativo e dos Fundos Públicos.
"Os números mostram que caminhamos para um ambiente fértil de emprego e prosperidade. Melhoramos o ambiente de negócios proporcionando mais oportunidades para que os empreendedores prosperem. Com isso, já começamos a melhorar a geração de emprego e renda", disse.
Para a sessão legislativa, houve um esforço dos líderes partidários para mostrar a volta aos trabalhos numa segunda-feira, dia atípico para o Congresso, mas o resultado foi um plenário esvaziado de parlamentares.
Além disso, o líder do governo na Câmara, Major Vitor Hugo (PSL-GO), e o Secretário de Governo, general Luiz Eduardo Ramos, responsáveis pela articulação entre Planalto e Congresso, trocaram a cerimônia simbólica por acompanhar Bolsonaro em evento institucional na rede de televisão Bandeirantes, em São Paulo.
No discurso, o presidente destacou que, em 2020, o governo federal dará continuidade ao esforço para o ingresso do Brasil na Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) e defendeu que, no passado, o Brasil "foi distanciado das grandes potências mundiais".
"Nós mantivemos diálogos produtivos com diversos países e avançamos em questões fundamentais para a reinserção do Brasil no mundo, visando a prosperidade do país e do povo brasileiro. O viés ideológico deixou de existir em nossas relações com o exterior e o mundo voltou a confiar no Brasil", disse.
Ele também ressaltou que, para este ano, terá como objetivo melhorar as políticas públicas, garantindo educação de qualidade para a população e melhorando o acesso e a qualidade à saúde.
"É urgente melhorar o acesso e a qualidade à saúde e a eficiência na gestão de serviços e recursos. E aumentar a segurança da população brasileira é um grande desafio e uma meta do nosso governo", disse. "Permanecemos desconstruindo a inversão de valores que há muito imperou em nosso país para devolver, de vez, a paz aos brasileiros", acrescentou.
No ano passado, o Executivo sofreu umas série de derrotas no Legislativo, com a queda de vetos presidenciais e a perda de validade de medidas provisórias. Bolsonaro também protagonizou trocas de críticas com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ).