Após cerca de quatro meses de negociações, o governador Eduardo Leite demonstrou otimismo nesta segunda-feira (27), em entrevista ao Gaúcha Atualidade, ao falar sobre a reforma do funcionalismo. Os sete projetos do pacote que altera carreiras e previdência do Estado começam a ser votados na terça (28), após o Piratini formalizar a convocação extraordinária da Assembleia.
Na véspera de os textos irem a plenário, o novo plano de carreira do magistério e as novas alíquotas de previdência dos militares ainda são alvo de impasse e de resistência da base aliada, principalmente do MDB. Após as concessões já realizadas, contudo, Leite foi enfático: não há como ceder mais.
— Não tem margem (para ceder mais). Porque não tem uma margem do governo, é do Estado. Tudo que for ser feito de concessão não é do meu bolso, é do povo gaúcho. Vamos fazer uma reforma com impacto menor? Não digam para mim, digam para o povo gaúcho, que está demandando que os impostos que pagam voltem em investimento — afirmou.
De acordo com o governador, com as mudanças já anunciadas, a economia prevista com o pacote caiu de R$ 25 bilhões para R$ 19 bilhões em uma década. Do montante, apenas R$ 3 bilhões são previstos para o governo atual.
Apesar da resistência entre deputados da base, Leite diz apostar no consenso entre os parlamentares.
— Se rejeitar (o pacote), que se arque com as consequências da rejeição. A rejeição vai ter um impacto negativo na vida de todo mundo, dos servidores e da sociedade. O que não dá é para ficar adiando mais — disse.
A ordem de votação será definida na reunião de líderes da Assembleia, na manhã de terça. À tarde, a votação deve começar pela proposta de emenda à Constituição da previdência, que precisa ser aprovada em dois turnos.
O projeto do magistério deve ser apreciado na quarta (29) ou quinta-feira (30). Por último, serão votados os mais polêmicos, que tratam da remuneração e da previdência dos policiais militares e bombeiros.