Pressionado por aliados, Eduardo Leite marcou almoço para esta quinta-feira (12) em uma tentativa de manter a votação do pacote do funcionalismo para a próxima semana. No encontro chamado para o Galpão Crioulo do Palácio Piratini, o governador irá apresentar aos parlamentares as mudanças propostas para o plano de carreira do magistério, atenuando o impacto das medidas aos professores.
Discutidas em sigilo, as alterações incluem o aumento dos valores nominais das faixas salariais. Para evitar protagonismo individual, a reforma ocorrerá por meio de um projeto substitutivo que deverá ser levado ao plenário. Sem entrar em detalhes, o chefe da Casa Civil, Otomar Vivian, afirma que as modificações propostas não devem comprometer a anunciada economia de R$ 25,4 bilhões em uma década.
– Noventa e nove por cento das sugestões são para o projeto do magistério e se concentram no aumento dos valores da tabela – diz Vivian.
Para conquistar apoio, Leite recebeu na quarta-feira (11) as bancadas do PP e do Republicanos em seu gabinete durante mais de três horas. Os deputados das duas siglas haviam manifestado contrariedade ao plano de carreira do magistério.
Diante dos parlamentares, o governador mostrou um PowerPoint sobre o pacote e tomou notas das recomendações. Os seis deputados do PP, acompanhados do presidente estadual da legenda, Celso Bernardi, sugeriram suavizar a proposta sobre os professores e tornar progressivo o aumento da alíquota previdenciária.
– Não estamos falando em retirar ou postergar o pacote, mas precisamos estar confortáveis para votar na semana que vem – afirma o líder de bancada, Sérgio Turra.
Os dois deputados do Republicanos entregaram um documento com seis recomendações elaboradas pela bancada. Entre elas, está mudança nas alíquotas de imposto, reduzindo o impacto para quem ganha até R$ 5,8 mil e ampliando para salários acima de R$ 20 mil. Também foi proposto o aumento do subsídio dos professores, passando o valor máximo de R$ 3.887,30 para R$ 5.566,76.
– Sabemos que não são ideais, mas temos de trabalhar com o que é possível – argumenta a deputada Fran Somensi (Republicanos).
Entre os parlamentares, não está descartada a possibilidade de deixar a votação para janeiro. Na terça-feira, o MDB, maior bancada da base aliada, avisou o vice-governador Ranolfo Vieira Júnior que não irá apreciar o pacote sem mudanças substanciais. O líder do partido na Casa, Fábio Branco, reivindica mais tempo para a análise das medidas:
– Iremos aguardar esse chamamento do governador para entender o que está sendo propondo. Hoje, não há condições para votar a proposta do magistério e ainda há muitas dúvidas no restante dos projetos.
* Colaborou Paulo Egídio