O relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), deputado Altineu Côrtes (PL-RJ), retirou da lista de indiciados do seu parecer os nomes dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, além de outras nove pessoas investigadas.
A ação foi uma tentativa de construção de um acordo com deputados da oposição. Porém, a retirada não gerou o resultado que o parlamentar esperava e o acordo não foi fechado. Uma nova reunião foi marcada para a manhã desta quinta-feira (17).
A deputada Margarida Salomão (PT-MG) disse que os indiciamentos foram feitos sem provas para embasar as acusações, e que os nomes foram incluídos com base apenas nos cargos públicos que os acusados ocuparam.
O relatório ainda poderá sofrer modificações antes da votação. Se o texto de Côrtes for rejeitado, a CPI será finalizada sem relatório, uma vez que não existe o chamado "parecer vencedor" em CPIs.
Prazo
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), recebeu no Plenário questão de ordem do presidente da CPI, deputado Vanderlei Macris (PSDB-SP), pedindo a prorrogação do prazo limite da comissão, que encerra na próxima terça-feira (22).
— Há possibilidade de se perder todo um trabalho de meses de inquirições, diligências, análises documentais, perícias técnicas, que resultaram em um relatório que precisa ser deliberado — alertou Macris. — Devemos dar uma resposta à sociedade sobre os escândalos do BNDES. A CPI de Brumadinho passou pela mesma situação e teve seu prazo prorrogado.
A comissão já havia protocolado na terça-feira (15) um pedido à mesa para prorrogação do prazo por mais 30 dias.
A CPI
Instalada em março, a CPI tem como finalidade "investigar a prática de atos ilícitos e irregulares no âmbito do BNDES ocorridos entre 2003 e 2015 e relacionados à internacionalização de empresas brasileiras". O texto destaca negócios da instituição com os grupos Odebrecht e J&F, "devido aos montantes envolvidos", explicou Côrtes.