Reunido desde as 10h15min desta segunda-feira (7) com deputados da base aliada, em Porto Alegre, o governador Eduardo Leite discute qual será a estratégia do Palácio Piratini para aprovar projetos indigestos ao funcionalismo. A intenção é apresentar seis propostas para revisar o estatuto dos servidores, reformular carreiras e rever benefícios, mexendo em cerca de cem itens da legislação, com economia prevista de R$ 25 bilhões em 10 anos.
Leite chegou com 45 minutos de atraso ao encontro, no Centro de Treinamento da Companhia de Processamento de Dados do Rio Grande do Sul (Procergs), na zona sul da Capital. Cumprimentou a imprensa, sorriu e se limitou a dizer que a expectativa "é positiva". A tendência é de que a conversa prossiga até o fim do dia, a portas fechadas. Além de deputados, estão presentes coordenadores de bancadas e a cúpula do governo – Leite fez questão de se cercar dos secretários da Fazenda, Marco Aurelio Cardoso, e do Planejamento, Leany Lemos, e do procurador-geral do Estado, Eduardo Cunha da Costa.
Até o meio-dia, a situação no entorno do Centro de Treinamento da Procergs era de tranquilidade, exceto pela presença viaturas da Brigada Militar, que fazem a segurança no local.
Mais cedo, em café da manhã com diretores de veículos de comunicação, o governador expôs as dificuldades financeiras do Estado e ressaltou que o pacote em discussão é voltado a servidores de todos os poderes – e não apenas do Executivo. As mudanças, contudo, não foram detalhadas.
O que se sabe, por enquanto, é que o governo planeja extinguir, por exemplo, benefícios como o triênio e o quinquênio e que pretende propor mudanças no abono família que beneficiariam funcionários públicos com salários mais baixos. Também há alterações previstas no plano de carreira do magistério e modificações no Regime de Previdência dos servidores – estas últimas deverão ser apresentadas apenas depois da aprovação em segundo turno, no Senado, da reforma previdenciária.
Dos parlamentares aliados, Leite busca obter apoio e colher sugestões, em especial sobre os próximos passos a serem dados. Segundo interlocutores próximos ao governador, ele ainda tem dúvidas sobre a forma de envio dos textos – se serão apresentados todos juntos ou separadamente e se o governo deve ou não pedir regime de urgência (o que garante tramitação de no máximo 30 dias até a votação).
Outro ponto que preocupa o mandatário é a reação dos servidores ao pacote. A ideia, conforme a secretária estadual de Planejamento, Orçamento e Gestão, Leany Lemos, é que o governo comece a chamar os líderes sindicais a partir da próxima quarta-feira (9) para conversar.