Em entrevista no programa Roda Viva, da TV Cultura, na noite desta segunda-feira (2), o fundador do site The Intercept Brasil, Glenn Greenwald, defendeu o trabalho dos jornalistas responsáveis pelas publicações de mensagens vazadas do procurador Deltan Dallagnol, do ex-juiz e hoje ministro da Justiça Sergio Moro e de integrantes da força-tarefa da Operação Lava-Jato. Durante pouco mais de 1h30min, o jornalista norte-americano e vencedor do prêmio Pulitzer voltou a afirmar que as mensagens publicadas não foram editadas ou adulteradas.
— Nenhum integrante alegou que uma palavra foi adulterada ou forjada, ninguém vai fazer isso. Estamos comparando esses materiais, consultando com peritos e temos especialistas em Nova York que atestam que (o material) não é adulterado — declarou Greenwald.
Durante a entrevista, o jornalista norte-americano também rechaçou a ideia de que o vazamento das mensagens serve para encobrir ou minimizar casos de corrupção descobertos pela Operação Lava-Jato. Na opinião dele, o próprio ex-juiz e hoje ministro Sergio Moro foi "corrupto".
— Publicamos matérias mostrando que Moro é corrupto no caso do Lula. Como advogado, posso dizer que, quando temos um juiz que usa métodos corruptos na primeira instância, todo o processo é corrompido — afirmou.
Reiteradas vezes, Greenwald declarou que as informações são de interesse público e por isso deveriam ser objeto de reportagens, ainda que pudessem ser fruto de um crime.
— Temos na nossa mão evidências de que Deltan (Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Operação Lava-Jato) vazou informações. Vocês acham que vamos omitir porque é de interesse público? — afirmou.
Na manhã de segunda, em entrevista ao programa Timeline, a ex-deputada Manuela D'Ávila (PCdoB) deu detalhes de como foi o contato com Glenn Greenwald no caso das mensagens vazadas.
— Eu, como jornalista, passei para aquele que acho o melhor jornalista investigativo do país. Acho que consegui pensar muito rapidamente numa saída durante um dilema brutal. Foi um mês muito difícil — afirmou.