O ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, disse que o governo "aguarda os acontecimentos" antes de tomar qualquer decisão sobre o futuro do senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), líder do governo Jair Bolsonaro no Senado, alvo de operação da Polícia Federal (PF) nesta quinta-feira (19). Onyx destacou que a investigação ocorre no âmbito da atuação de Bezerra no governo de Dilma Rousseff. O chefe da pasta participou de evento da Associação Comercial de Porto Alegre.
— No final de semana, vou conversar com o presidente para ver qual atitude será tomada. Neste momento, nós só temos de aguardar. É uma questão individual dele, da vida pregressa dele.
Bezerra Coelho é investigado por fatos da época em que ele era ministro da Integração Nacional, pasta que comandou entre 2011 e 2013, no governo Dilma. Um dos focos são as obras de transposição do rio São Francisco. O suposto desvio de dinheiro público de obras na região Nordeste, envolvendo os parlamentares e quatro empresas, é apurado na operação.
Em relação à minirreforma eleitoral, aprovada na quarta-feira (18) com o retorno de dispositivos polêmicos, o ministro disse que o governo não tem de discutir nada sobre o projeto, pois o texto é "pontual".
Onyx disse que, se o Estado estiver trabalhando dentro do cronograma, a adesão ao regime de recuperação fiscal pode ocorrer ainda neste ano. No entanto, o ministro informou que o governo deve começar a tocar em 2020 novo projeto de socorro aos Estados em situação de crise fiscal. Onyx destacou que o regime atual "é o que tem", mas não é a melhor alternativa a longo prazo:
— Estudamos um novo projeto para dar desafogo aos Estados, que está em gestação, está sendo formulado, porque o atual pacto de recuperação fiscal dos Estados dá um pequeno alívio, mas ele não é estruturante para o futuro dos Estados.
O ministro rechaçou a venda do Banrisul como uma das medidas que terão de ser adotadas pelo Estado na adesão a esse novo modelo.