Um ano após a Operação Fogo Fátuo — contra suposta fraude em procedimentos licitatórios por meio de combinação de valores e fracionamento de compras na prefeitura de Agudo —, o ex-vice-prefeito Moises Kilian (MDB) segue preso preventivamente. Ele é o único dos sete detidos pela Polícia Civil que não está em liberdade; todos foram denunciados pelo Ministério Público. No mês passado, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) indeferiu um habeas corpus, que tinha pedido de liminar.
De acordo com a decisão, houve o entendimento de que a soltura do político (exonerado da prefeitura) poderia influenciar na obtenção de provas, já que assumiria posição de liderança em suposta organização criminosa, e que foram constatadas possíveis coações de testemunhas. O STJ entende que o tempo de prisão preventiva é normal devido à complexidade das apurações.
A defesa do preso aguarda pelo julgamento do mérito do habeas corpus. O advogado Ricardo Breier, que representa Kilian há quatro meses, afirma que ninguém reconheceu oficialmente as supostas ameaças e que os inquéritos sobre as suspeitas foram arquivados. Ele acrescenta que seu cliente se comprometeu a colaborar com o processo e que a demora na ação sobre a fraude reside no fato de um dos réus não ter sido liberado.
Como foi a operação
No dia 13 de junho do ano passado, a Delegacia de Polícia de Repressão aos Crimes contra a Administração Pública e Ordem Tributária (Deat) do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) reuniu 182 agentes para cumprir quatro mandados de prisão preventiva e 44 de busca, apreensão e bloqueio de ativos contra um suposto esquema de fraudes em licitações estruturado dentro da prefeitura de Agudo.
O então vice-prefeito Kilian e mais seis pessoas foram presas por suspeita de envolvimento nas irregularidades. Também foram investigados assessores e motoristas, além de empresários do ramo de máquinas e peças contratados pelo município de Agudo sem licitação.