Após uma nova reportagem com vazamento de conversas ser publicada pelo site The Intercept Brasil na noite de terça-feira (18), o Telegram, aplicativo de mensagens online, fez um post em seu perfil brasileiro no Twitter explicando como funciona a exclusão de contas na plataforma.
"Por padrão, se você não ficar online no Telegram, em 6 meses a sua conta é destruída automaticamente. Você pode alterar o período exato nas Configurações (de 1 mês a no máximo 1 ano)."
Mesmo sem citar nomes, a mensagem foi publicada em meio a uma série de reportagens divulgadas pelo Intercept, que expõe mensagens atribuídas ao ex-juiz da Lava-Jato e atual ministro da Justiça e Segurança, Sergio Moro, e o coordenador da força-tarefa, Deltan Dallagnol.
Nas supostas conversas divulgadas na terça, Moro teria recomendado ao Ministério Público Federal (MPF) não "melindrar" o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, "cujo apoio é importante".
Nesta quarta (19), o ministro presta esclarecimentos sobre os diálogos à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. O ministro afirmou que saiu da plataforma quando começou a desconfiar da segurança do aplicativo depois da divulgação de matérias sobre ataques hackers nas eleições dos Estados Unidos.
— Hoje não tenho controle do meu Telegram, está lá com o hacker — disse, sorrindo, ao responder o senador Marcos Rogério (DEM-RO).
Anteriormente, na divulgação da primeira reportagem com os vazamentos, Moro teria afirmado que deixou de usar o Telegram em 2017, segundo o jornal Folha de S. Paulo.
O Intercept, contudo, afirma que as conversas que recebeu, de uma fonte anônima, vão de 2015 a 2018.
Ainda nesta terça, a Polícia Federal (PF) afirmou que tem elementos que provam que um hacker tentou se passar por Moro e enviou mensagens para terceiros no dia 4 de junho. A mensagem teria sido encaminhada a um funcionário do próprio gabinete do ministro.