Em conversa com jornalistas no início da tarde desta quarta-feira (26), Hamilton Mourão, caracterizou nesta quarta-feira (26) como uma "mula qualificada" o segundo sargento da Aeronáutica que fazia parte da comitiva do presidente Jair Bolsonaro e que foi detido com cocaína em Sevilha, na Espanha.
Segundo o general, o militar era taifeiro, ou seja, atuaria no serviço de copa da aeronave presidencial quando Bolsonaro fizesse uma escala na Espanha ao retornar do Japão ao Brasil, após participar da cúpula do G-20. O avião de apoio que transportou o militar aguardaria a escala do presidente, programada para o final de semana.
— É óbvio que, pela quantidade de droga que o cara tava levando, ele não comprou na esquina e levou, né? Ele estava trabalhando como mula. Uma mula qualificada, vamos colocar assim — disse. Mula é o termo utilizado para pessoas que transportam drogas de um lugar para outro.
Para Mourão, a situação não é inédita e está relacionada à promessa do dinheiro, que é "como o metal, ele corrompe".
— As Forças Armadas não estão imunes a esse flagelo da droga. Não é a primeira vez, seja na Marinha, Exército, Força Aérea. Agora a legislação vai cumprir o seu papel e esse elemento vai ser julgado por tráfico internacional drogas e vai ter uma punição bem pesada — afirmou o vice-presidente em entrevista ao Timeline Gaúcha.
Segundo Mourão, o problema de consumo de drogas entre jovens militares é uma "preocupação constante", o que leva as Forças Armadas a fazer um trabalho de conscientização.
— Agora, o mais importante é ver as conexões que ele (militar) poderia ter, porque uma atitude dessa natureza não brotou da cabeça dele. Com certeza existem conexões nisso aí — ressaltou.
O militar foi detido na terça-feira (25) em Sevilha carregando 39 kg de cocaína na mala. Procurada pela reportagem, a Presidência da República não respondeu o motivo de ter havido falha na segurança presidencial.