Para além de chamar a atenção para o "flagelo das drogas" que se espalhou por uma série de setores da sociedade brasileira, o vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, sublinhou um detalhe importantíssimo que precisa ser esclarecido a respeito militar da Aeronáutica preso no aeroporto de Sevilha, com 39 quilos de cocaína na mala. O homem, que não teve a identidade revelada, era tripulante do voo que transportava a equipe avançada do presidente Jair Bolsonaro para a cúpula do G20 no Japão.
Em conversa com a coluna transmitida durante o programa Timeline, nesta quarta-feira (26), Mourão alertou sobre a necessidade de se apurar — e punir, claro — quem é a rede de tráfico que está por trás do transporte da droga e com a qual o militar estaria envolvido. Ele defendeu punição pesada para o brasileiro, mas também alertou para o fato de ele provavelmente não estar agindo de forma isolada ao carregar quantidade expressiva de cocaína.
— O mais importante é ver as conexões que ele poderia ter, porque uma atitude desta natureza não brotou da cabeça dele, com certeza existem conexões nisso aí — avaliou.
Questionada sobre esta "rede" em que poderia estar envolvido o militar e a preocupação das Forças Armadas sobre isso, Mourão respondeu:
— Isso é uma preocupação constante. Eu fui comandante durante grande parte da minha vida, e desde tenente se enfrenta o problema do consumo de drogas, dos nossos jovens soldados, por exemplo. Isso estou falando do final da década de 70. É algo que nos preocupa. Nós temos uma atuação na área afetiva para alertar a juventude a esse respeito e também tem o lado mercantil. Você sabe que o dinheiro, o vil metal, ele corrompe. A pessoa tem que ser muito forte mentalmente, muito ciente dos seus valores para não ser corrompida — afirmou.