O presidente Jair Bolsonaro recebeu o ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro pelo segundo dia seguido em meio às repercussões do vazamento de uma troca de mensagens do ex-juiz da Lava-Jato com o procurador Deltan Dallagnol. O encontro, que não estava previsto inicialmente nas agendas, teve a participação também do diretor-geral da Polícia Federal (PF), Maurício Valeixo.
Os três se reuniram às 12h no Palácio do Planalto a pedido de Bolsonaro, segundo a assessoria de imprensa da Presidência. Não foi informado o assunto tratado por eles.
O vazamento de mensagens de Moro e de outras pessoas que atuaram na Lava-Jato é alvo de ao menos quatro investigações conduzidas pela PF.
Moro, que hoje é ministro da Justiça e Segurança Pública do governo Bolsonaro, foi o juiz responsável pela operação em Curitiba. Ele deixou a função ao aceitar o convite do presidente, em novembro, após a eleição. No domingo, (9), o site The Intercept Brasil publicou conversas entre o ministro com Dallagnol nas quais eles trocavam colaborações sobre a Lava-Jato.
De acordo com o site, o material foi obtido de fonte anônima, que pediu sigilo. O pacote inclui mensagens privadas e de grupos da força-tarefa no aplicativo Telegram, de 2015 a 2018.
Desde que o conteúdo foi publicado, Bolsonaro ainda não comentou o caso. Ele encerrou abruptamente uma entrevista, em São Paulo, quando foi questionado sobre o tema. Apesar do silêncio do presidente, seus filhos e familiares vêm defendendo o ministro e falam em "ação orquestrada" contra ele e contra a Lava-Jato.
Na terça (11), Bolsonaro recebeu o ministro no Palácio da Alvorada para um breve encontro, que durou cerca de 20 minutos.
Para minimizar as críticas, Moro se apresentou voluntariamente para prestar esclarecimentos ao Senado na próxima semana.