Mesmo diante do pedido público do presidente Jair Bolsonaro para que o Senado aprove o texto que foi votado pela Câmara sobre a reforma administrativa, o líder do PSL no Senado, Major Olímpio (SP), está trabalhando pela aprovação de um destaque que muda o texto.
O objetivo do destaque apresentado pelo Podemos e apoiado por Olimpio é manter o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) no Ministério da Justiça e Segurança, comandado por Sergio Moro. Na Câmara, o texto foi alterado para que a estrutura volte ao Ministério da Economia, onde funcionava em governos anteriores.
Em entrevista no Senado nesta segunda-feira (27), Olímpio disse que manterá a mobilização porque acredita que “a voz das ruas” deixou claro que o Coaf deve ficar com Moro. Embora, por princípio, apoie a ideia, Bolsonaro pediu para que o Senado mantenha o texto da Câmara porque, se houver alteração, a Medida Provisória precisará ser votada novamente pelos deputados antes do dia 3 de junho, quando o texto caduca.
— O presidente fez uma solicitação dentro de um quadro que passaram a ele. Ele não nos ouviu – pontuou o líder.
Para Olímpio, o tempo exíguo para nova votação na Câmara não é impeditivo para as mudanças. Ele acredita que os deputados poderiam “demonstrar responsabilidade” e aprovar a medida. Hoje, ele calcula ter 30 votos favoráveis ao destaque no Senado, espera ampliar o apoio até o momento da votação.
— Ainda estamos conversando, precisamos ter 41 votos — explicou.
O líder esclareceu que, embora apoie as alterações, irá liberar a bancada do PSL para se posicionar. Questionado sobre os jornalistas, Olímpio disse não ter condições de avaliar se as manifestações de domingo (26), favoráveis ao governo, poderão influenciar na votação, mas entende que o recado sobre o tema foi claro.
— As manifestações foram unânimes ao demonstrar apoio a Sergio Moro e pautas que o ministro defende — finalizou.
Segundo previsão do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), o texto da MP da reestruturação administrativa deve ser votado nesta terça (28) em plenário.