O presidente Jair Bolsonaro minimizou nesta quarta-feira (22) a derrota imposta pela Câmara ao ministro da Justiça, Sergio Moro, que teve tirado de seu comando o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).
— Continua no governo — resumiu Bolsonaro ao ser questionado sobre o tema durante evento em comemoração aos 71 anos da criação do Estado de Israel, em Brasília.
Após uma série de embates, o plenário da Câmara aprovou nesta quarta a medida provisória que reestrutura o governo Bolsonaro, incluindo o enxugamento do número de ministérios implantado no começo do mandato.
O Coaf, que havia sido transferido à Justiça, voltou ao comando do Ministério da Economia, o que representa uma derrota a Moro.
Apesar dessa derrota, a aprovação da MP é positiva para Bolsonaro no geral, devido às dificuldades do governo para colocá-la em votação e ao risco de ela caducar até 3 de junho — o texto ainda precisará passar pelo Senado.
Já nas redes sociais, Bolsonaro comemorou a aprovação pelo Senado de uma medida provisória que abre 100% do setor aéreo ao capital estrangeiro.
"Aprovada no Senado a MP que libera capital estrangeiro em companhias aéreas brasileiras. Ganha a nossa economia e nossa população com os efeitos da competitividade e do livre mercado: melhores serviços e menores preços. Parabéns a todos que trabalharam na aprovação desta medida!", escreveu.
Bolsonaro participou na noite desta quarta de ato de comemoração aos 71 anos de Israel, na embaixada em Brasília.
Ao lado de ministros, o presidente fez acenos ao primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, dizendo que ele também é capitão. Bolsonaro é capitão reformado do Exército.
Sem mencionar diretamente ex-presidentes, ele disse ainda que Israel ficou um ano sem embaixador no Brasil "por questões políticas", mas cumprimentou o atual titular, Yossi Sheley, dizendo que ele "compensou e muito" a lacuna.
Bolsonaro, que visitou Israel em abril, disse que a relação com o estado foi estreitada.
Ele encerrou o discurso com sua frase de campanha, com gesto de homenagem.
— Brasil e Israel acima de tudo e Deus acima de todos — disse.