O presidente Jair Bolsonaro (PSL) afirmou nesta segunda-feira (27) que as manifestações deste domingo (26) em defesa de seu governo e de pautas como a reforma da Previdência foram significativas e históricas.
"O que vimos ontem foi extremamente significativo e histórico. Não podemos ignorar", escreveu o presidente em redes sociais.
Ao fazer a afirmação, Bolsonaro disse que as manifestações ocorreram em meio a "desinformação e falta de apoio de diversos setores", sem fazer menções diretas — na prática, houve rachas em grupos de direita e no próprio partido do presidente.
Em uma sequência de três postagens no Twitter, Bolsonaro destacou ainda o fato de os atos terem entre as pautas a defesa da agenda de reformas do governo, em especial a da Previdência.
"Quando imaginaríamos uma manifestação expressiva a favor de reformas consideradas impopulares? A população mostrou-se extremamente consciente. A peculiaridade deste evento torna injustificável qualquer tentativa de minimizá-lo", escreveu.
Bolsonaro aproveitou as publicações para fazer críticas à esquerda.
"Devemos considerar que não há no país outro movimento com estrutura tão sólida e organizada quanto a esquerda que por décadas ocupou espaços e aparelhou instituições para chegar onde chegou. Conseguir o mesmo espontaneamente, inspirando-se apenas no bem comum, supera tudo isso", escreveu.
As manifestações pró-governo realizadas pelo país exaltaram projetos encampados pelos ministros Sergio Moro (Justiça) e Paulo Guedes (Economia) e concentraram críticas não só no centrão, alvo já esperado, como no presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Também apareceram críticas ao Congresso Nacional e ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Os atos foram impulsionados pelo próprio Bolsonaro, que, apesar das recomendações de integrantes do governo para que mantivesse distanciamento, estimulou a mobilização ao espalhar imagens em redes sociais e dizer que ela era um "recado àqueles que teimam com velhas práticas".
Ao levar milhares de pessoas às ruas em ao menos 140 cidades, as manifestações superaram a expectativa de aliados do governo em meio ao racha de grupos de direita e ao temor de fracasso devido ao desgaste popular de Bolsonaro nos primeiros meses de mandato.