A crise com o mercado, após a determinação do presidente Jair Bolsonaro de segurar o aumento no preço do diesel, na última semana, foi atenuada pelo governo na noite desta terça-feira (16). Coube aos ministros da Economia, Paulo Guedes, e de Minas e Energia, Bento Albuquerque, ratificar que somente a Petrobras pode controlar os valores dos combustíveis.
Antes da declaração, ambos se reuniram com Bolsonaro para explicar a formação dos preços dos combustíveis, que sofrem forte impacto da variação no valor do petróleo no Exterior.
— Ficou claro para o presidente da República que quem estabelece as práticas é a Petrobras — disse Guedes.
Para o ministro da Economia, ao barrar o aumento de 5,74% no litro do diesel, que havia sido determinado pela estatal, na última quinta-feira (11), o presidente não considerou a dimensão econômica, apenas a política. Por isso, ligou para o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, pedindo explicações.
— É perfeitamente natural que o presidente se preocupe com isso. Ele nos disse que deu o telefonema (e disse): “Como é isso aí? No dia que eu estou comemorando 100 dias de governo, você está jogando diesel no meu chope?” Aí ele pediu esclarecimentos — afirmou.
Para Bento Albuquerque, Bolsonaro estava preocupado com uma possível nova paralisação dos caminhoneiros. O receio, no entanto, foi descartado após o anúncio de um pacote de medidas na manhã desta terça, com a criação de linha de crédito e um cartão para compra de diesel com preço fixo.
— O governo não tem mais medo — garantiu o ministro de Minas e Energia.