A deputada Alê Silva (PSL-MG), que relatou a existência de um esquema de candidaturas de laranjas comandado pelo atual ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, disse ter recebido a informação de que foi ameaçada de morte por ele durante uma reunião com correligionários, no final de março.
A revelação foi feita em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo. Na última quarta-feira (10), a deputada prestou depoimento na Polícia Federal, em Brasília, e solicitou proteção policial. O relato teria sido feito por um membro do PSL de Minas, que estava na reunião.
— Acredito que foi uma ameaça contra minha vida e a vida da minha família. De que minha vida correria risco, se eu levasse adiante isso. Sabia que iria correr esse risco, estou pagando o preço, mas não ia aceitar ficar submissa às ordens de pessoas que agem de forma que eu condeno, desviando recursos públicos — disse Alê, na entrevista.
O ministro, por sua vez, nega ter feito ameaças e diz que a deputada faz campanha difamatória contra ele em busca de espaço no partido no Estado.
Alê Silva mora em Coronel Fabriciano, no Vale do Aço, região que concentraria a maior parte das candidatas laranjas do PSL mineiro. Segundo ela, o presidente Jair Bolsonaro não tinha conhecimento sobre o esquema.
— Não acredito em envolvimento do Bolsonaro em tudo isso. Acredito que ele foi tão vítima como eu. Foi e está sendo tão vítima como eu por ter acreditado na pessoa errada — afirmou a parlamentar.
Até o momento, quatro candidatas do PSL mineiro afirmaram a investigadores terem sido usadas ou recebido propostas para serem laranjas do partido, comandado por Álvaro Antônio durante o período eleitoral.
O depoimento da deputada será enviado à PF de Minas, que comanda o inquérito sobre o caso.
Além de negar as ameaças, o ministro reiterou o combate à versão da deputada sobre o esquema de candidaturas laranja. Álvaro Antônio disse que “nunca promoveu ou orientou ninguém a fazer qualquer situação desta natureza”.