Um dia após ver confirmada a primeira baixa no primeiro escalão, Eduardo Leite aproveitou o evento de posse da ex-senadora Ana Amélia Lemos na Secretaria de Relações Federativas e Internacionais para destacar que a necessidade de confiança entre o governador e seus secretários. Durante discurso no Palácio Piratini, nesta quinta-feira (7), Leite disse que a escolha de um secretário depende de uma confiança mútua entre o governador e quem foi nomeado para o primeiro escalão.
— Como digo a todos os secretários, confiança é caminho de mão dupla. É evidente que há aqui confiança minha a sua pessoa (Ana Amélia). Mas há também a sua confiança, de volta, como há de cada um dos secretários. No momento em que atenderam o convite para participar deste governo, só o fizeram porque confiam na nossa capacidade, disposição e interesses que defendemos — disse Leite, após elencar elogios a Ana Amélia.
Nessa quarta (6), o deputado Dirceu Franciscon (PTB), que chegou a assumir a Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Turismo em janeiro, enviou carta ao governador rejeitando o posto. Segundo o ex-secretário, as mudanças promovidas pela reforma administrativa de Leite geraram cortes de gratificações e redução de salários na pasta, inviabilizando a gestão.
Em entrevista após a posse de Ana Amélia, o governador disse que definirá, até o final de semana, o novo secretário da pasta. Leite voltou a dizer que a escolha do nome vai considerar aspectos técnicos e políticos, sugerindo que a preferência de indicação do secretário segue com o PTB.
— Nós temos uma agenda que precisa de apoio na Assembleia Legislativa. Contemplar a base de apoio na Assembleia é premissa para definição dessa função, o que naturalmente envolve o PTB, mas não quer dizer que seja de exclusividade do PTB. Vamos ver os nomes que o PTB tem a oferecer — disse Leite.
A indefinição na Secretaria de Desenvolvimento adiou a primeira reunião de Leite com o secretariado completo. Prevista inicialmente para acontecer nesta quinta-feira (7), após a posse de Ana Amélia Lemos, a reunião foi remarcada para a próxima terça (12).
A secretaria extraordinária é uma elevação de importância do já existente Escritório de Representação do Rio Grande do Sul em Brasília. Na capital federal, caberá à Ana Amélia realizar a articulação política em defesa dos interesses do Estado junto ao governo federal e aos tribunais superiores, além de capitanear negociações com organismos internacionais.
— As prioridades são renegociação da dívida, (compensações da) Lei Kandir e a questão da reforma da Previdência. Além disso, quero sublinhar, a secretaria será uma das menores. No máximo 15 pessoas. Já herdei com oito pessoas — projetou a ex-senadora.