O deputado estadual Dirceu Franciscon (PTB), que chegou a assumir a Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Turismo, recusou o convite do governador Eduardo Leite para permanecer no cargo. Na tarde desta quarta-feira (6), já com a carta de rejeição em mãos, o deputado afirmou que abrirá mão da oportunidade e permanecer na Assembleia por conta de uma suposta redução nos valores dos salários dos funcionários da secretaria.
De acordo com ele, a reforma administrativa de Leite, aprovada na Assembleia, provoca uma redução de 30% a 75% nos salários de metade dos CCs, FGs e concursados da pasta. Ainda de acordo com Franciscon, o governo havia indicado que, após a aprovação da reforma administrativa, enviaria um projeto de lei evitando as perdas salariais nos funcionários da secretaria.
— Com salários baixos, os servidores não têm motivação. Não quero ser o homem que entra para destruir a secretaria — disse o deputado.
Franciscon foi anunciado como secretário no dia 28 de dezembro e assumiu a pasta no dia 1º de janeiro. Como acontece com todos os parlamentares indicados para secretarias, Franciscon se licenciou do cargo para tomar posse na Assembleia, no dia 31 de janeiro.
No entanto, no dia seguinte, Franciscon não se licenciou da Assembleia para retornar ao cargo, como era esperado pelo Piratini. Desde então, ele tem permanecido como deputado estadual, atuando informalmente como secretário. Franciscon alega que ficou, desde então, aguardando a questão salarial ser resolvida pelo governo.
O primeiro suplente, que assumiria o posto de deputado caso Franciscon assumisse de vez a função de secretário, alega que o impasse se deve a uma disputa por cargos comissionados na Assembleia. Marcus Vinicius de Almeida (PP) afirmou à coluna de Rosane de Oliveira em GaúchaZH que o PTB deseja manter cargos em um eventual gabinete dele. Franciscon, por sua vez, diz não saber desses fatos.
— Opinião dele é pública. Se ele tratou, não foi comigo. Não tenho conhecimento se é real ou não — diz o deputado do PTB.