No meio de uma crise entre o Executivo e o Legislativo que dificulta a tramitação da reforma da Previdência, o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM-RS) foi à Câmara propor um "pacto de convivência" aos parlamentares.
— O que estamos tentando construir é um pacto de convivência onde o principal alvo são os cidadãos, que sabem que o Parlamento e governo legitimamente eleito têm que buscar caminhos de entendimento para que a vida das pessoas mude — disse o ministro após a reunião que durou mais de duas horas.
Os líderes partidários despejaram as reclamações que vêm se acumulando ao longo dos dois primeiros meses da nova legislatura.
Segundo parlamentares, o ministro ouviu queixas não só sobre a articulação do Planalto com o Congresso que é considerada deficiente, como sobre a atuação dos filhos do presidente Jair Bolsonaro no governo e a atitude polêmica do presidente em suas redes sociais.
Apesar de aquiescer no privado, no público o ministro negou que não haja diálogo com os deputados.
— Estamos nesse momento aprofundando o diálogo que fazemos desde a transição —afirmou.
Segundo as contas de Onyx, já foram recebidos no Planalto mais de 300 deputados desde o início de fevereiro. O ministro da Casa Civil deixou o Planalto acompanhado da líder do governo no Congresso, Joice Hasselmann (PSL-SP).
O líder da maioria na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), afirmou que se tratou de uma "conversa franca".
— Acho que foi uma conversa franca em torno de uma relação institucional que se avançar fará bem para o país e que é o desejo de todos nós, do Congresso e acredito que do Executivo — disse.