O presidente Jair Bolsonaro se reuniu, no fim da tarde desta sexta-feira (15), com o ministro da Secretaria-Geral, Gustavo Bebianno. O Planalto considera que, mesmo após o encontro, a situação política do ministro segue indefinida.
Segundo o jornal Folha de S.Paulo, após o encontro, Bolsonaro avisou a aliados que ele será demitido - e que a saída do ministro poderá ser formalizada na segunda-feira (18). A publicação diz ainda que o presidente já teria deixado o ato de exoneração do ministro assinado.
Segundo o jornal O Globo, na reunião, Bebianno foi convidado para ocupar a diretoria de uma estatal, mas não aceitou e, por isso, vai deixar o governo.
Em meio às declarações de auxiliares do presidente, Bebianno ouviu de Onyx Lorenzoni, da Casa Civil, que continua à frente da Secretaria-Geral.
Na quarta-feira (13), Bolsonaro já havia feito chegar ao auxiliar seu desejo de que deixasse o posto até segunda-feira, mas o ministro tem se articulado com advogados e integrantes do Legislativo e do Judiciário para conseguir sobrevida no Palácio do Planalto.
Em turnê pelos Estados para debater reformas econômicas com governadores, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), voltou a defender a capacidade de articulação de Bebianno, e sinalizou que, caso o governo demore a resolver a questão, há risco para a reforma da Previdência.
— Tem de ter uma solução, não pode postergar. Isso, sim, pode atrapalhar — disse Maia ao ser questionado se a crise atrapalhava sua prioridade número 1.
Bebianno vem enfrentando extrema pressão devido à revelação de um suposto esquema de candidaturas laranjas que receberam repasses volumosos do fundo partidário do PSL no ano passado. Durante a campanha eleitoral, ele foi o presidente interino do PSL, partido comandado pelo deputado federal Luciano Bivar (PE).
O ministro se reuniu na sexta-feira com Onyx e o general Carlos Alberto dos Santos Cruz, da Secretaria de Governo. Ao sair do Planalto, Bebianno foi questionado pela TV Globo e respondeu:
— Não tem crise nenhuma.
E sobre sua permanência, disse “estou aqui, não estou?”, declarando em seguida não saber se continuaria no cargo.