Após diversas tentativas de se unirem em torno de um projeto para a próxima legislatura na Câmara, — que começa nesta sexta-feira, 1º de fevereiro — os partidos de esquerda chegam à véspera da disputa enfraquecidos e sem candidato único, mas em um bloco pragmático para pleitear espaços na Casa.
Em reunião na noite desta quarta-feira (30), PT, PSB, PSOL, Rede e PCdoB apontaram para a possibilidade de fechar um acordo simbólico, que marque posição frente ao governo de Jair Bolsonaro, mas sem comprometimento com um candidato para chefiar a Câmara.
O PSB decidiu que levará como oficial na sexta-feira (1º) o nome de JHC (AL), que antes corria como avulso. O PSOL, que habitualmente tem candidato próprio, lançará Marcelo Freixo (RJ).
Já o PCdoB mantém seu apoio à reeleição do presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), enquanto Rede e PT seguem sem definição de candidato - embora deputados estimem que cerca de metade da bancada petista deve votar em Maia, já que o pleito é secreto.
A formação do grupo deve ser confirmada nesta quinta-feira (31), após reuniões individuais das bancadas. Se a composição se confirmar, o bloco chega a 106 parlamentares, aumentando o espaço que cada partido terá em comissões.
Não está claro ainda se o número é suficiente para que a oposição consiga uma vaga como titular na Mesa Diretora. Listas que têm circulado nos corredores do Congresso, porém, estimam que com o fechamento de um bloco com a presença do PCdoB, seria possível arrebatar a quarta-secretaria, que cuida de imóveis funcionais e auxílio-moradia.
Segundo parlamentares, o movimento de aproximação do PCdoB é importante por ajudar a segurar uma possível debandada dos partidos. Uma ala do PSB, por exemplo, defendia que o partido se unisse ao bloco de Maia.
Compareceram à reunião a presidente do PCdoB, Luciana Santos (PE), e a deputada Jandira Feghali (RJ).