O presidente Michel Temer reafirmou, nesta segunda-feira (10), que a entrada de venezuelanos no Brasil não será proibida. A fala contraria manifestação do governador eleito e interventor federal de Roraima Antônio Denarium (PSL), que disse à GloboNews que faria um trabalho conjunto com o governo para limitar o ingresso dos vizinhos.
— A nossa política é uma política de apoio aos refugiados desde o primeiro momento. Mandamos transmitir ao interventor essa notícia, ele acordou imediatamente. [...] Ele disse que, enquanto for interventor, seguirá as diretrizes. Não haverá restrição — afirmou Temer.
A intervenção foi decretada na última sexta-feira (7) após uma reunião de emergência ter sido convocada pelo presidente. O motivo foi a greve dos agentes penitenciários e da Polícia Militar. A medida foi determinada por Temer com o conhecimento do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL). Denarium substituiu a governadora Suely Campos (PP).
Denarium foi nomeado oficialmente nesta segunda-feira e terá o controle da administração estadual até 31 de dezembro. Neste período, ele estará subordinado à Presidência da República. Ele toma posse como governador no dia seguinte. Para Temer, a continuidade do trabalho deverá resolver a crise rapidamente.
De acordo com o presidente, a intervenção foi combinada com a governadora para resolver os problemas salariais dos grevistas. O governo deverá liberar entre R$ 150 milhões e R$ 200 milhões em créditos extraordinários para pagar as despesas em atraso do Estado.
Temer afirmou ainda acreditar que o Congresso aprovará a medida provisória para liberar os valores entre esta segunda e terça-feira. A questão foi definida com a participação dos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE).
Temer, Denarium e secretários de Roraima se reunirão em Brasília nesta terça-feira, 11, para discutir detalhes da ação. A intervenção em Roraima é mais ampla do que a realizada no Rio de Janeiro, Estado em que a União assumiu o comando da segurança pública e que também tem duração até 31 de dezembro. No Rio, a medida começou em 16 de fevereiro deste ano. Neste período, o Congresso fica impedido de votar Propostas de Emenda à Constituição (PEC).