O presidente Michel Temer determinou a intervenção federal até 31 de dezembro no Estado de Roraima, em virtude da crise na segurança pública e penitenciária no Estado. A decisão do presidente foi anunciada na noite desta sexta-feira (7), em reunião com ministros no Palácio da Alvorada.
Agentes penitenciários do Estado deixaram de trabalhar e policiais civis deflagraram paralisação de 72 horas em razão de meses de salários atrasados. Os policiais militares, que não podem fazer greve, receberam o apoio de suas esposas, que bloquearam as entrada e saída de batalhões como forma de protesto.
Temer conversou com a governadora de Roraima, Suely Campos, e explicou que a intervenção federal foi a única saída para o problema.
— Eu há pouco falei com a senhora governadora e disse que a única hipótese para solucionar essa questão, especialmente aquela de natureza salarial, seria decretar a intervenção até a posse do novo governador. Ela acha que de fato a situação está se complicando e que a melhor solução seria essa. Com isso queremos pacificar as questões de Roraima — disse o presidente em breve pronunciamento.
A intervenção federal no Estado já havia sido pedida pela Procuradoria-Geral da República (PGR) em virtude do risco de rebeliões em unidades prisionais. Em seu pedido, a PGR descreveu situações, baseadas em relatórios do Ministério Público, como falta de separação entre detentos de regimes aberto, semiaberto e fechado, atraso no pagamento de salários de agentes penitenciários, fornecimento de comida azeda e insuficiente aos presos e falta de combustível para transportar os presos para audiências.
Temer recebeu os ministros do Gabinete de Segurança Institucional, Sergio Etchegoyen, do Planejamento, Esteves Colnago, da Advocacia-Geral da União, Grace Mendonça, e dos Direitos Humanos, Gustavo Rocha, para tratar do assunto. O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, também estava no encontro.
O presidente disse ainda que convocará neste sábado (8) o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional. O decreto de intervenção, segundo o presidente, deverá vir em seguida. Com isso, o Brasil terá dois Estados sob intervenção federal. O outro é o Rio de Janeiro.