O presidente estadual do MDB, Alceu Moreira, afirmou nesta segunda-feira (17), em entrevista ao Gaúcha+, que a decisão do partido de integrar o futuro governo de Eduardo Leite (PSDB) teve como motivo preponderante a afinidade ideológica entre os dois grupos políticos. Segundo Moreira, não houve até o momento definição de quais cargos serão ocupados pela legenda do atual governador, José Ivo Sartori.
— Nunca o governador Eduardo Leite fez qualquer tipo de proposta com relação a qualquer cargo para o MDB — afirmou Moreira. — Com certeza agora, quando a gente for conversar com o governo pra fazer a participação, aí vamos discutir os espaços no governo de acordo com o partido que tem uma história do tamanho do MDB, um partido que fez tantos votos no segundo turno, que tem uma tradição enorme no Rio Grande do Sul.
Confira a íntegra da entrevista com Alceu Moreira:
De acordo com Moreira, a posição inicial do partido era de manter independência, mas a bancada emedebista na Assembleia manifestava afinidade com as propostas de Eduardo Leite.
— Nós tínhamos uma decisão, logo posterior à eleição, de não fazermos oposição radical, mas de ficarmos na oposição, com independência, porque isso, na nossa visão, é o que a urna tinha decidido para nós. Nós tínhamos perdido a eleição no segundo turno. Embora tivéssemos programas similares, que programaticamente fossem muito próximos, achávamos que o papel do MDB neste momento fosse ser ficar fora do governo. Essa era a decisão até que, na semana passada, o líder do governo, deputado Gabriel Souza, esteve comigo em Brasília, comunicando que o governo (Leite) tinha aproximado uma relação com a bancada, tinha conversado com a bancada — disse Moreira. — O que pesou na verdade, em conjunto com os deputados, é que eles disseram para nós o seguinte: "Na grande maioria do discurso, nós não temos condições de fazer qualquer tipo de oposição, porque o discurso é mais ou menos a mesma coisa que nós estávamos fazendo. Vamos passar quase o tempo inteiro votando com o governo".