O presidente eleito Jair Bolsonaro ainda nem assumiu o poder e já se depara com a primeira crise de seu governo. O motivo é uma discussão em um grupo de WhatsApp formado por integrantes da bancada do PSL na próxima legislatura. A briga revelada pelo jornal O Globo envolve um dos filhos do presidente eleito e a deputada eleita Joice Hasselmann. Para a comentarista Carolina Bahia, há uma guerra por poder dentro das fileiras do capitão da reserva.
— Começa muito mal o PSL com essas sinalizações para fora de que ele não se entende internamente. Há uma guerra de poder, uma guerra por cargos, uma guerra pela mesa da Câmara, uma guerra para ficar perto do Bolsonaro. Quem se destaca nessa guerra é a deputada eleita, a Joice, o major Olímpio, senador. Mas a deputada principalmente porque ela quer ser líder do PSL na Câmara. Até agora isso não está estabelecido. É uma bancada que cresceu de uma hora pra outra, de oito para 52 deputados, e são deputados que foram eleitos na esteira de Bolsonaro, e eles não tem muito certo qual vai ser o papel deles nesse jogo e por isso começaram a brigar pelo poder. Não há uma liderança estabelecida a não ser Jair Bolsonaro — avalia Carolina.
— O PSL é o partido dele, mas ele disse que não vai negociar com partidos. Eu tenho visto vários empresários nesta semana super empolgados dizendo que ele quebrou essa lógica de negociar com partidos. Só quem não sabe como funciona o Congresso acha que é possível votar quebrando essa lógica e negociando um a um no varejo — comenta Rosane de Oliveira.
— A prova que ele caiu na real é que nessa semana ele teve encontros com as bancadas. Os parlamentares saíram desses encontros muito animados dizendo que ele deu um recado bom,. conversou de maneira clara, não pressionou em nome de nenhuma reforma. Quer dizer, nesse primeiro contato, ele (Bolsonaro)foi muito bem articulado. Ele tem consciência de que vai precisar dessas bancadas e que, talvez, não possa contar com a sua— completa Carolina.
Ainda na transição federal, o futuro ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, respondeu a jornalistas que não tem medo de ser "canetado por Bolsonaro" em função das denúncias de caixa dois.
— O que tem é muita gente na área militar e na área política de olho na Casa Civil. É um ministério muito poderoso, que faz a articulação política e observa todos os programas de governo. A gente tem que ver se vai ser esse o papel da Casa Civil no governo Bolsonaro. Mas é um ministério muito poderoso. E o Onyx está sim sendo alvo do fogo amigo não tenha dúvida alguma. A questão é até que ponto ele vai resistir aqui em Brasília — destaca Carolina Bahia.
No Estado, o secretariado de Eduardo Leite começa a tomar forma e pode ter mais gente de fora do Estado.
—Sabe aquela seleção aberta pela agenda Brasil do futuro? Pois bem, essa seleção não é apenas para secretário da Educação, mas também para secretário da Saúde —revela Rosane.
—O governo Sartori, há quatro anos, começou o seu governo sem secretários em alguns postos chave do governo. O Marchezan também. O governo só começa mesmo no dia primeiro de janeiro e não precisa, necessariamente, ter todos os nomes indicados —comenta o apresentador Daniel Scola.
—Ele diz que no dia da posse estarão todos definidos, mas ele não tem essa urgência porque quer escolher direito, a estrutura já está definida, vai ter um foco muito forte em inovação e comércio exterior. Tanto que ele já visitou a Toyota, em São Paulo, porque já está começando a articular negociações para atrair investimentos — conclui Rosane.
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