A apresentação de projetos para acabar com a atual necessidade de plebiscito para venda de estatais será uma das primeiras ações tomadas por Eduardo Leite (PSDB) quando assumir o governo do Estado. Medida tentada sem sucesso pelo atual governador, Leitepedirá nos primeiros meses de governo que a Assembleia modifique a Constituição do Estado, autorizando que o governo venda a CEEE, a Sulgás e a CRM sem que uma consulta popular seja necessária.
A privatização das estatais é uma das exigências feitas pelo governo federal para adesão do Estado ao Regime de Recuperação Fiscal e foi defendida por Leite durante a campanha política. O caminho para isso, entretanto, não estava definido. A equipe de transição da gestão Leite avalia que o caminho até a aprovação e realização de um plebiscito é muito demorado, enquanto os problemas nas contas públicas exigem medidas urgentes.
— Vamos ter um apanhado de projetos que estão sendo construídos e que serão encaminhados nos primeiros meses. Vamos estar, daqui a pouco, encaminhando, por exemplo, a retirada da necessidade de plebiscito (para venda das estatais). Isso tem que ser feito no início do governo. Vamos colocar esforço nos projetos que são importantes imediatamente para a questão financeira — explica Lucas Redecker, coordenador da equipe de transição do futuro governo.
A primeira medida a ser enviada à Assembleia será a de reestruturação administrativa, projeto que contempla a extinção, criação e fusão de secretarias. As demais propostas iniciais do governo Leite ainda estão sendo definidas. A equipe aguarda também o anúncio dos secretários responsáveis pelas pastas, a quem caberá finalizar os projetos.
As mudanças na Constituição do Estado dependem de maioria qualificada, com 33 votos e aprovação em dois turnos. Mesmo com alto índice de aprovação no legislativo, Sartori não conseguiu ver a sua proposta de retirada de plebiscito evoluir na Assembleia.
Durante o governo Sartori, os tucanos Lucas Redecker e Artur Lemos comandaram a Secretaria de Minas e Energia. Apesar do apoio às privatizações, o PSDB foi contrário ao pedido de Sartori para que houvesse plebiscito para venda das estatais simultaneamente às eleições de 2018.