Nesta terça-feira (20), o governo de Jair Bolsonaro anunciou nomes que eram bastante aguardados na transição. Foram confirmados o novo ministro da Saúde, o deputado federal Luiz Mandetta (DEM-MS), e o futuro chefe da Polícia Federal, Maurício Valeixo, anunciado por Sergio Moro.
Com o anúncio de Mandetta, Bolsonaro fortalece a participação política do futuro ministro da Casa Civil, de acordo com a colunista Carolina Bahia:
— Ao confirmar este nome, Jair Bolsonaro une a justificativa técnica com a questão política. Mandetta é médico, já foi secretário da saúde em Mato Grosso do Sul, é um homem da confiança de Onyx Lorenzoni — próximo ministro da Casa Civil -, é um homem da confiança de Bolsonaro. Ao mesmo tempo, o presidente eleito faz um aceno aos deputados da bancada da saúde. E é assim que ele pretende construir as relações junto ao Congresso Nacional. Ele já havia avisado que não iria negociar com os partidos, mas está negociando com as bancadas. É a mesma lógica da indicação de Tereza Cristina para o Ministério da Agricultura.
— O ministro chegou dando declarações polêmicas: ele criticou o Mais Médicos, disse que mais parecia um convênio entre o PT e Cuba — destaca a apresentadora Andressa Xavier.
— O Mais Médicos vinha sendo bombardeado desde a campanha. É certo que no formato em que foi criado, lá em 2013, não sobreviveria. Cuba se antecipou e retirou os médicos porque é o governo de Bolsonaro. Ele está escolhendo pessoas alinhadas a ele e não quer mandar dinheiro para Cuba. Já dizia durante a campanha que não ia apoiar uma ditadura — avalia a colunista Rosane de Oliveira.
Sobre a confirmação de Maurício Valeixo como novo diretor da Polícia Federal, Andressa e Rosane lembram que o delegado é um profissional da confiança de Sérgio Moro.
— Maurício Valeixo tem um trabalho reconhecido de décadas na Polícia Federal e é muito próximo de Sérgio Moro, atuavam juntos em Curitiba — afirma Andressa.
— É como dizem na linguagem do futebol: o professor Sergio Moro está montando o seu time. Ele não quer dar um salto no escuro e está aproveitando a autonomia dada pelo presidente da República. Quem ele conhece melhor do que as pessoas que trabalharam com ele na Lava-Jato? — conclui Rosane.
Você confere todos os detalhes da transição de governo no podcast Gaúcha Atualidade.