O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) falou, na tarde desta terça-feira (13), que o momento é de "pacificar a nação" para deixar de lado o clima belicoso das eleições. O pronunciamento foi feito depois de uma reunião com o presidente do Tribunal Superior do Trabalho, João Batista Brito Pereira. Mais cedo, ele encontrou a presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Rosa Weber.
— Precisamos de alguém com espírito de (Duque de) Caxias, para pacificar a Nação. Deixar de lado aquele espírito combativo que se coloca em função das eleições — declarou o deputado.
Bolsonaro se reuniu por cerca de 30 minutos com o presidente do TST. Na corte, ele defendeu novamente a flexibilização dos direitos trabalhistas, com o objetivo de aumentar a criação de vagas de emprego.
— O Brasil enfrenta um problema seríssimo de emprego, no que pudermos aperfeiçoar a legislação para que este impasse seja resolvido, vamos fazer — declarou.
No TST, Bolsonaro foi abordado por servidores, principalmente mulheres, aos gritos de "mito". Foi parado para tirar selfies. Algumas das funcionárias festejaram o fato de "encostar na mão" do presidente eleito, bastante emocionadas.
Na saída, o deputado federal falou rapidamente com jornalistas sobre vários assuntos. Afirmou que anunciará mais dois ministros nos próximos dias e foi perguntado se, entre eles, estava o novo ocupante da pasta das Relações Exteriores. Bolsonaro respondeu que mandará no Itamaraty alguém do quadro funcional, provavelmente servidor de carreira, ao que foi questionado:
— Será homem ou mulher? — perguntou um jornalista.
— Pode ser até gay. Você se voluntaria? — ironizou Bolsonaro.
O presidente eleito também falou sobre a reunião marcada com governadores para esta quarta-feira (14). Bolsonaro afirmou que o encontro não foi combinado com ele nem com o seu futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, mas que não iria "fazer desfeita" para os governadores.
— Parece que foi o Doria quem organizou isso — declarou.
Agenda rápida no TSE
No Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a agenda do presidente eleito foi igualmente breve, de cerca de 30 minutos. Todos os ministros participaram, incluindo a presidente da corte, Rosa Weber, e Luís Roberto Barroso, que será o relator da prestação de contas da coligação. Nesta segunda-feira (12), um parecer da área técnica identificou diversas inconsistências nas contas da candidatura, e recomendou que fossem enviadas justificativas ou correções nos próximos três dias úteis.
Acompanhavam o presidente eleito o general Augusto Heleno, futuro ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), o advogado Gustavo Bebianno, e o filho dele, Carlos Bolsonaro, que é vereador no Rio de Janeiro.